A União Europeia prepara-se para uma ‘luta’ sobre o que deverá constar no 12º pacote de sanções à Rússia devido ao conflito na Ucrânia, ao mesmo tempo que o G7 avança com um plano para proibir a compra de diamantes de Moscovo.
As novas medidas, que poderão ser apresentadas já em outubro, devem incluir a versão da UE da iminente proibição do G7 e provavelmente uma proposta para usar os lucros gerados pelos ativos congelados do banco central da Rússia para ajudar Kiev.
No entanto, um grupo de Estados-membros, incluindo a Polónia e os países bálticos, pretende ir ainda mais longe, garantiu esta segunda-feira a ‘Bloomberg’: o grupo pretende instituir sanções adicionais aos serviços de GNL e IT. Há também apelos a restrições ao setor nuclear da Rússia: no entanto, há vários Estados-membros que se opõem. Há quem defenda que resta pouco para sancionar, preferindo medidas para as que as restrições já existentes sejam eficazmente aplicadas.
A Polónia quer reforçar as sanções a algumas commodities adotadas em pacotes anteriores: as suas propostas incluem a redução das quotas de importação de borrachas sintéticas, tornando as restrições ao aço mais eficazes e introduzindo uma proibição da soda cáustica sólida. Varsóvia também procura um novo pacote de sanções contra a Bielorrússia.
A questão dos diamantes promete ser polémica e encontrou resistência dos principais países importadores, como a Bélgica, que argumentaram que uma simples proibição sem um acordo global apenas transferiria o lucrativo comércio para outros locais. O G7 pretende impor mecanismos de rastreamento das pedras preciosas através das fronteiras, bem como introduzia uma proibição direta de compras a partir de 1 de janeiro.
O novo pacote poderá surgir durante a primeira quinzena de outubro – poderá ser anunciado durante uma cimeira UE-EUA planeada para o próximo mês, embora ainda sem data anunciada. Qualquer novo pacote deverá também incluir medidas para reprimir a capacidade da Rússia de contornar as sanções da UE através de países terceiros, como os Emirados Árabes Unidos e a Turquia.
A Comissão Europeia vai apresentar propostas nas próximas semanas para introduzir um imposto extraordinário sobre os lucros congelados dos ativos do banco central russo, apesar da oposição do Banco Central Europeu: a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai pressionar a favor do imposto extraordinário mas os Estados-membros expressaram preocupações com a estabilidade jurídica e financeira: há cerca de 200 mil milhões de euros em ativos congelados, o que motivou o apelo de alguns líderes europeus para que fosse destinado à reconstrução da Ucrânia.
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