Uma parceria entre a prefeitura de Piraí e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) tem se mostrado fundamental na preservação da memória do município. Segundo a prefeitura, a iniciativa é promovida desde 2013 e conta com documentos que vão de 1765 até os dias atuais. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
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Os documentos preservados no Arquivo Municipal são estudados por historiadores e estudantes universitários, que procuram o acervo para auxiliá-los nas conclusões de seus trabalhos. Ainda segundo o município, os materiais mais disputados são relativos ao século XIX.
Por meio de parcerias com a Unirio, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e o Museu da Justiça, são digitalizados atualmente cerca de 7 mil documentos de Fundo Judiciário, entre processos criminais e cíveis, de 1810 a 1930. Processos de crimes, inventários e testamentos somam quase 5 mil documentos e permitem verificar novos dados sobre a escravidão, que colocam Piraí como principal base escravista do Vale do Paraíba.
O responsável pelo projeto, José Maria Campos Lemos, afirma que os dados obtidos por meio das pesquisas colocam Piraí como protagonista da indústria cafeeira no período de ouro, do ciclo do café e dos grandes senhores de escravos.
— Temos um grande acervo do século XIX, como os ofícios entre os presidentes da Câmara de Piraí e os presidentes da província do Rio de Janeiro, fundos judiciário, eclesiástico, imigrantes, executivo, legislativo, num total de 45 fundos documentais, entre eles, o da família imperial, como jornais, cartões postais, de Natal, litografia sobre o imperador, e o fundo Iwann Haritoff — conta.
Segundo ele, o fundo Iwann Haritoff serviram de apoio ao livro da historiadora Mary Del Priore, intitulado “Beije-me onde o sol não alcança: triângulo amoroso de um conde russo, uma baronesa do café e uma ex-escrava no século XIX”.
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