As retiradas nas cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 98,3 bilhões de janeiro a outubro deste ano, informou nesta sexta-feira (10) o Banco Central.
Os juros e o nível de endividamento dos brasileiros altos estão entre as possíveis razões para a saída de quase R$ 100 bilhões da poupança (leia mais aqui).
Apesar de alta, a evasão de recursos da poupança teve queda na comparação com os dez primeiros meses do ano ano passado – quando R$ 102,1 bilhões deixaram a modalidade de investimentos.
De acordo com a instituição, no acumulado do ano:
- os depósitos somaram R$ 3,13 trilhões
- as retiradas totalizaram R$ 3,23 trilhões
Somente no mês de outubro, o BC informou que os saques da poupança (acima do volume de depósitos) somaram R$ 12,16 bilhões. Com isso, foi registrado aumento frente ao mesmo mês do ano passado, quando houve a saída de R$ 11 bilhões.
Com a retirada de recursos da poupança no mês passado, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou queda para R$ 961,8 bilhões em outubro. Em setembro, o volume total somou R$ 968,3 bilhões.
Retirada de recursos da poupança tem reflexos negativos no financiamento de imóveis
Ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito recuou para 3,5% em setembro, patamar ainda alto em termos históricos. A série do BC para esse indicador começa em março de 2011.
No ano passado, a aplicação financeira mais popular do país registrou rentabilidade de 2%, já descontado o aumento de preços pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Apesar do ganho real, a aplicação segue com rendimento limitado. Quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
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