Analistas do Morgan Stanley estão, no começo deste ano, com uma perspectiva mais otimista para as moedas emergentes, tendo mudado sua visão de negativa para neutra frente o dólar. Só que o real vai além disso, com o banco sugerindo que a moeda brasileira é uma das suas favoritas entre os pares.
De modo geral, o que sustenta a crença do Morgan para as moedas emergentes é que houve uma diminuição no que tange às incertezas nos Estados Unidos. No terceiro trimestre de 2023, o que se viu foram dados que passaram a sugerir que o Federal Reserve não irá mais subir os juros no país – o que, usualmente, leva fluxo de capital para lá, com investidores procurando retornos maiores e a segurança dos títulos dos tesouro americano, os treasuries.
“A mudança na visão se deu à medida que o EUA está apresentando crescimento lento, uma queda dos rendimentos do treasuries, e com redução das taxas reais de juros. O amplo risco positivo levou a uma fraqueza generalizada do dólar”, fala o time do Morgan. “No entanto, não está claro se essa tendência continuará, pois o Fed poderia reagir contra as expectativas”, ponderam os analistas, sinalizando que ainda veem chances de força na moeda americana.
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Recessão de um lado, juros mais altos do outro
Eles mencionam que o mercado continuará lidando com a dinâmica do Fed e dos índices de condições financeiras, com o dólar e os treasuries yields continuando a ser os fatores “mais importantes para o câmbio dos mercados emergentes”.
“Apesar de o mercado ter se animado com o ‘pouso suave’ nos EUA e pelo fato de as condições financeiras terem se aliviado significativamente nos últimos dois meses, o Fed pode se sentir desconfortável com o corte agressivo da taxa no preço. Há um risco de que o Fed soe um pouco mais hawkish na próxima reunião do FOMC de janeiro”, explicam, contextualizando a visão neutra.
Além do Fed poder se mostrar mais duro, o Morgan também enxerga que, se os dados macroeconômicos no país piorarem demais, a perspectiva de recessão também pode fortalecer o dólar. Esse movimento já aconteceu anteriormente, já que o temor de uma economia mundial mais fraca faz investidores, usualmente, buscarem os Estados Unidos, em busca da segurança que a maior economia do mundo oferece, mesmo com menores rendimentos.
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Essa dinâmica, no entanto, não significa necessariamente que os câmbios dos países emergentes serão vendidos significativamente a partir de agora. Em vez disso, a visão do Morgan Stanley é de que o mercado ficará de lado por algum tempo.
Real é uma das moedas favoritas
Para o real, no entanto, a percepção, como já mencionado, é mais otimista. Apesar de boa parte dos países emergentes já ter iniciado seu ciclo de corte dos juros, a visão do Morgan Stanley é que a, de forma geral, os ganhos com carry trade seguem atrativos e acima da máxima histórica.
No Brasil, pelo fato de o Banco Central estar tendo uma postura cuidadosa, os analistas da instituição financeira americana destacam que o câmbio “pouco sentiu o início da queda dos juros”.
Fora isso, o Morgan Stanley também menciona que, historicamente, o real tem um bom mês de…
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