O número de investidores aumenta a cada ano. O porcentual da população brasileira que aplica em algum ativo financeiro subiu de 31% em 2021 para 36% em 2022, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O aumento vem acompanhado de influenciadores que falam sobre investimentos nas redes sociais, publicidade de corretoras com celebridades e debates sobre as possibilidades de como aplicar seu dinheiro. Nessa onda, ganhou em popularidade o day trade, operação de compra e venda de ações dentro de um mesmo dia.
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“Day traders”, como são chamados os investidores que utilizam essa estratégia no mercado financeiro, buscam valorizações dos ativos dentro de um dia, entre a abertura e o fechamento das negociações na bolsa. A ideia consiste em comprar um ativo de renda variável, como uma ação, diante de uma expectativa de valorização ainda no mesmo dia para vendê-lo com lucro. Claro que essa expectativa nem sempre se concretiza e a operação pode gerar perdas.
“Por se tratar da modalidade de trade mais arrojada do mercado de renda variável é importante que o investidor tenha alguma familiaridade com o assunto e uma estratégia muito bem definida, composta de entrada, objetivo e, o principal, ‘stop loss’, limite de perda aceitável”, explicou Henrique Procopio, analista do time de Research da Ágora Investimentos, em publicação do E-Investidor.
Os investidores que utilizam essa estratégia baseiam suas decisões em análises técnicas, normalmente procurando tendências por meio de ferramentas gráficas e antecipando possibilidades relacionadas a anúncios de empresas, como divulgações de resultados e notícias de relevância econômica, com potencial de impacto nas ações.
O que day traders buscam em um ativo
Duas características costumam ser procuradas pelos day traders ao escolher ativos em que vão investir: liquidez e volatilidade. Como as negociações precisam ocorrer rapidamente, no período de um pregão, esses investidores procuram por ativos com demanda alta, para que possam ser vendidos com alguma facilidade, e com variação durante o dia, para conseguir vislumbrar lucros.
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“O day trader deve operar ativos líquidos, ou seja, que tenham uma quantidade boa de compradores e vendedores para que ele consiga entrar e sair bem das operações sem pagar pedágio: operar com preços que não são os melhores”, explica Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
Ativos com pouca volatilidade podem ser interessantes para investidores de longo prazo, que buscam uma valorização perene, mas para os day traders a regra é oposta. “Nós somos amigos da volatilidade, porque assim algumas análises gráficas se concretizam mais rapidamente e conseguimos efetuar uma operação”, explica Paula Reis, trader e analista CNPI-T.
Mas quanto maior a volatilidade dos ativos, maior o risco de perda. Segundo Rodrigo Paz, analista CNPI-T, do PagBank, o nível da exposição à volatilidade depende da metodologia do investidor. “Investidores com maior experiência também conseguem captar oportunidades em ativos mais arriscados, ou seja, com maior volatilidade, o que demanda maior atenção à relação risco-retorno da operação”, explica.
As penny stocks — ações negociadas na bolsa a menos de R$ 1 — são exemplos do que o investidor de day trade tenta evitar. Seus baixos valores podem parecer atraentes, mas esses ativos são pouco negociados, portanto, possuem baixa liquidez. “As penny stocks trazem maior risco e menor tempo de reação para o trader, enquanto algumas ações com preços mais altos variam mais no preço e menos no porcentual. Com isso, há mais espaço para o trader tomar decisões”, aponta Paz.
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