Com mais de 55 anos de atuação no segmento aeronáutico brasileiro, a AEROMOT é especializada em soluções otimizadas para cada cliente no mercado da aviação civil, militar e de segurança pública. A sua cadeia de fornecimentos inclui o suporte logístico, apoio pós-venda e manutenção, tendo se consolidado, ainda, na entrega de aeronaves multimissão.
Conversamos com Guilherme Cunha, presidente da AEROMOT, e Leonardo Andrade, gerente de Desenvolvimento de Negócios da AEROMOT, que falaram sobre o momento atual e os planos futuros da empresa.
Tecnologia & Defesa – Como a AEROMOT se posiciona no mercado de aviação nos dias de hoje?
Guilherme Cunha – A AEROMOT é uma empresa de tecnologia aeronáutica com mais de 55 anos de história e que hoje é líder em sistemas de imageamento aéreo no Brasil, sendo o principal fornecedor de sistemas de monitoramento, modificações e integrações. Fomos, ainda, responsáveis pelo projeto das Olimpíadas, da Copa do Mundo e da Intervenção Federal tanto na parte de fornecimento de sistema de monitoramento aéreo quanto de aeronaves. Foram projetos bem importantes aqui, e aconteceram na sequencia, de 2014 a 2018. Hoje nós somos líderes no fornecimento de aeronaves multimissão, como o Cessna Caravan modificado para transporte aeromédico, helicópteros com blindagem, câmera e com toda a parte de comunicação. Tudo é 100% configurado para a demanda do cliente. Então hoje nós atuamos em muitos órgãos públicos, incluindo bombeiros, segurança pública, Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e outros.
Fazemos também a manutenção completa de aviões e helicópteros, tendo como clientes a Força Aérea, o Exército e estamos começando com algumas demandas com a Marinha.
Somos uma Empresa Estratégica de Defesa, e isso nos ajuda na parte de negócios estratégicos, e também estamos com foco na parte de produção iniciando a fabricação do Diamond DA62 que terá os primeiros exemplares entregues no Brasil em 2025. A fábrica provisória da AEROMOT será inaugurada em 2024 no Aeroporto Internacional Salgado Filho (Rio Grande do Sul), enquanto a base definitiva, com aeródromo próprio, em 2026.
TD – O DA62 virá em kits?
GC – Virá em kit, da forma CKD (Completely Knock-Down), e depois com nacionalização progressiva, que é o nosso foco para atender a América do Sul. Estamos em conversas com o Paraguai, Uruguai, Argentina e com a possibilidade de expansão dos demais. Também buscamos a produção de peças e componentes de outras aeronaves no pós-venda, uma capacidade que teremos nessa nova fábrica.
TD – Qual é a porcentagem de nacionalização do DA62?
GC – Ela começa com 10 a 15% e vai chegar, no nível máximo, dependendo da análise de custo e benefício das fábricas. É importante mencionar que a nossa planta tem a intenção de atender o Brasil e posterirormente os demais países da América do Sul. Mas não estamos limitados a outros países desde que demandado pela própria Diamond. Então, nós estamos nos capacitando para ser um braço da Diamond no mercado global. No ano que vem, devem ser iniciadas as transferências de tecnologia.
TD – Você pode comentar o que é o Aerociti?
GC – É um aeroporto multimodal na cidade do Guaíba, no Rio Grande do Sul, com porto próprio e distante 15 minutos do Aeroporto Internacional Salgado Filho. A pista tem 1.800m e inicialmente a AEROMOT, a Diamond e a Vowe serão âncoras naquele local. Depois será expandido para outras empresas incluindo um hub de inovação de defesa com foco no desenvolvimento de novas tecnologias baseadas na descarbonização, na sustentabilidade e também na formação de todos os níveis de talentos da aviação como pilotos, mecânicos e outros.
O hub é global e pensamos em atrair uma quantidade de universidades e outros players. Nós queremos participar desse processo de inovação e isso faz parte do nosso processo de expansão no período de 2020 a 2023.
TD – E como esse hub vai funcionar?
GC – O hub vai atender a própria parte satélite da nossa empresa como âncora apoiando a nossa necessidade de mão de obra e de tecnologia, mas não vai ficar limitado a isso, pois será um grande cluster de formação de pessoas num contexto de deep techs. Então vão existir ali desenvolvimento de tecnologias de longo prazo, algo que ainda é restrito no Brasil. Nós temos startups, mas não…
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