As ações da Ambev (ABEV3) registraram sua quarta sessão seguida de queda nesta segunda-feira (16), mas com a sua baixa mais intensa nesta data, de 4,90%, a R$ 13,20. Já em quatro pregões, a baixa acumulada foi de 9,22%.
Os papéis da companhia são contaminados pelo caso Americanas (AMER3), uma vez que os acionistas de referência da varejista Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira também controlam a fabricante de bebidas. Investidores analisam a possibilidade de que os acionistas vendam parte de suas ações na Ambev para conter a crise da Americanas.
Mas, além disso, o noticiário das operações da própria companhia de bebidas não é positivo, em meio à prévia de casas de análise de um quarto trimestre decepcionante para a empresa ante as estimativas iniciais.
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Nesta segunda, o Morgan Stanley reforçou recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para os papéis da Ambev, com preço-alvo de R$ 12 (de R$ 12,50 antes), valor 9% menor frente o fechamento desta segunda. O banco espera números fracos para o quarto trimestre de 2022 (4T22) e enxerga riscos para o resultado por razões como os ambientes macroeconômico e concorrencial no Brasil.
A Ambev divulgará seus números do último trimestre de 2022 no dia 2 de março.
A XP destaca que, ainda que não houvesse grandes expectativas em relação à recuperação das unidades de negócios internacionais da Ambev, os dados fortes da indústria de bebidas aliados à Copa do Mundo no fim do ano podem ter gerado boas expectativas no início do 4T22.
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“No entanto, o clima não ajudou com temperaturas abaixo da média e com um volume considerável de chuva, além do Brasil ter sido desclassificado precocemente mesmo vencendo o jogo faltando quatro minutos para o fim”, com os analistas da XP citando a derrota do Brasil na Copa do Mundo nas quartas de final para a Croácia.
Os custos das commodities ainda devem ser um vento contrário e, embora esperem uma melhora sequencial, os analistas da XP ainda estão projetando margens menores na base anual e um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ligeiramente menor de R$ 6,7 bilhões (-1% na base anual). O custo de hedge na Argentina deve continuar impactando o resultado e a XP estima um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões (-38% ano a ano).
“Conforme mencionado, o clima não ajudou e a desclassificação precoce do Brasil impactou negativamente os volumes. Portanto, prevemos um aumento de 5% no volume em relação ao ano anterior, para 26,865 mil hectolitros. A estratégia de gestão de receita e premiumização deve continuar impulsionando a receita líquida por hectolitro, em nossa visão, para a qual prevemos alta de 10% ano a ano”, avalia a XP.
Apesar de estimarem um aumento de 16% na receita em relação ao ano anterior, os custos devem continuar desfavoráveis e projetam uma queda nas margens para 27,2% (+116 pontos-base na comparação com 3T22), representando um Ebitda de R$ 2,9 bilhões (+4% ano a ano).
As operações internacionais, por sua vez, ainda estão arrastando o…
Read More: o que explica a baixa de 9% da Ambev (ABEV3) em 4 pregões