O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho faltou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (22). Com isso, o depoimento foi remarcado para a quinta-feira (24). O ex-atleta teria que explicar as suspeitas de envolvimento com o esquema supostamente operado pela empresa 18K.
Segundo o presidente da comissão, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), Ronaldinho pode ser alvo de condução coercitiva caso falte novamente à audiência. O ex-atleta tinha conseguido autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio durante o interrogatório.
Ainda assim, a defesa do ex-jogador enviou uma manifestação ao STF na qual diz que ele “ainda não foi notificado” sobre a oitiva na CPI. No documento, o advogado afirma ainda que quem deveria ter analisado a solicitação de não comparecimento seria o ministro André Mendonça, e não Edson Fachin. Isso porque, de acordo com a defesa, Mendonça já teria decidido outros casos semelhantes.
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A expectativa era de que Ronaldinho explicasse o envolvimento com a empresa 18K. Em outubro de 2019, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que a empresa operava um esquema de pirâmide financeira.
Em resumo, a pirâmide financeira é um esquema ilegal em que uma pessoa finge ter um negócio que gera altos rendimentos sem riscos para atrair vítimas. O esquema é oferecido como um investimento, mas para entrar, as pessoas precisam aplicar um valor inicial.
Na época, a defesa de Ronaldinho alegou que ele teve a imagem usada indevidamente pela empresa e que também teria sido vítima da 18K.
“Fato é que, mesmo após o rompimento, o ex-jogador esteve envolvido em uma pirâmide e sua imagem, dada sua credibilidade e popularidade, incentivou milhares de pessoas a investir em uma fraude, o que causou prejuízos a elas. Tanto que, em 2020, Ronaldinho se tornou réu em uma ação que pede R$ 300 milhões por prejuízos a investidores, em sua maioria pessoas simples e sem familiaridade com investimentos, seduzidas pela marca de um dos maiores jogadores de futebol da história”, diz um dos requerimentos que pediram a convocação do ex-atleta.
Ronaldinho Gaúcho também foi acusado de envolvimento com outra empresa com negócios ilegais, a LBLV, com endereço comercial nas Ilhas Seychelles, e da qual era garoto-propaganda.
Em 2009, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alertou que a empresa atuava de maneira irregular no mercado de Forex (negociações com moedas estrangeiras) com a captação irregular de clientes para operações financeiras. A empresa não estava autorizada a captar clientes no país e teve os serviços suspensos pela CVM meses depois.
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