A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) para o setor de varejo e consumo no geral tem início nesta terça-feira (2), com os números de Arezzo (ARZZ3), Carrefour Brasil (CRFB3), RD (RADL3) e Vulcabras (VULC3).
Os analistas da XP esperam um primeiro trimestre mais fraco para o setor de varejo, com crescimento de receita mais suave e rentabilidade pressionada, por conta de fortes bases de comparação, clima desfavorável, renda disponível pressionada e sazonalidade do 1T tradicionalmente mais fraca, enquanto altas taxas de juros devem pressionar o lucro líquido das empresas mais alavancadas.
O destaque positivo, na visão dos analistas, deve ser as varejistas de alta renda, com a Vivara (VIVA3), Grupo Soma (SOMA3) e Arezzo apresentando a melhor performance, enquanto o varejo/atacarejo alimentar como Assaí (ASAI3) e farmácias Panvel (PNVL3) e RD (RADL3) permanecem como os nomes mais resilientes operacionalmente.
“Apesar de o e-commerce se beneficiar de um cenário competitivo mais favorável, o ambiente macroeconômico permanece desafiador. Por fim, destacamos as varejistas de baixa/média renda como os destaques negativos”, avaliam os analistas.
O Morgan Stanley também vê resultados mistos a depender do segmento, projetando números melhores no varejo de consumo básico ante o discricionário nos resultados do 1T. “Em todo o varejo multicanal do Brasil, os primeiros impactos da mudança de participação da Americanas (AMER3) estarão em foco, com os ganhos do primeiro trimestre dos pares fornecendo a primeira leitura concreta”, aponta o banco.
Para o Bradesco BBI, por sua vez, fatores macro devem continuar gerando ventos contrários para varejistas de alimentos (com resultados neutros a negativos), enquanto consumo discricionário deve ter tendência mista.
A margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita) do varejo de alimentos deve continuar caindo no 1T23, ainda que em graus diferentes, com redução menor do Assaí (ASAI3) e maior do Grupo Mateus (GMAT3).
A sazonalidade do 1º trimestre deve impactar negativamente as vendas das varejistas no período, avalia a Genial. As companhias lidarão com uma desaceleração da demanda e maior alavancagem financeira, diminuindo consideravelmente o lucro líquido nesse trimestre.
O BTG Pactual reforça a visão de que os resultados das varejistas devem seguir fracos. O setor é altamente correlacionado com o cenário macroeconômico e esse vínculo foi particularmente forte nos últimos trimestres, pois as empresas estão lidando não apenas com pressões de alavancagem financeira (e resultados financeiros), mas também com desaceleração da demanda, levando à desalavancagem operacional, apesar dos esforços bem-vindos para otimizar custos em um cenário mais difícil.
“De certa forma, o 1T23 deve se parecer muito com os trimestres anteriores, mas com deterioração nos fundamentos das empresas (com algumas exceções, como sempre)”, aponta o BTG.
De forma geral, projeta, a receita consolidada do setor deve aumentar 21% ao ano, com Ebitda crescendo 14% ao ano (com esforços para otimizar custos e adotar preços mais racionais), enquanto custos de captação mais altos devem prejudicar o lucro líquido (-73% ao ano).
Segundo o banco, no lado do comércio eletrônico, as preocupações (e a volatilidade) permanecem semelhantes aos trimestres anteriores, mas com bases de comparação mais fracas após um 2022 desafiador. juntamente com iniciativas bem-vindas de otimização de custos devem gerar melhorias de margem.
Os analistas esperam que o GMV (volume bruto de mercadorias) online cresça 12% ao ano no Magazine Luiza (MGLU3) (GMV consolidado em alta de 11% ao ano), semelhante aos trimestres anteriores (+R$ 1,2 bilhão de adição de GMV online), queda de 4% ao ano da Via (VIIA3) (GMV total aumenta 3% ao ano) e aumento de 22% ao ano nas operações brasileiras do Mercado Livre (MELI34) (+R$ 3,9 bilhões de adição de GMV) – o BTG espera que o GMV online combinado dos 3 principais players cresça 15% ao ano (versus +16% ao ano no 4T22).
“Ainda vemos uma tendência secular de crescimento para o comércio eletrônico brasileiro nos próximos anos, mas, ao contrário dos mercados mais maduros, com GMV (e participação nas vendas do varejo) muito maior do que os…
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