O rápido crescimento do comércio eletrônico durante a pandemia e a exigência dos consumidores por entregas rápidas tem obrigado as varejistas a se instalarem mais próximas dos diversos mercados consumidores. Uma das principais estratégias para tal é o investimento em centros de distribuição espalhados pelo País.
A tendência de pulverização desses equipamentos tornou o Ceará um destino de destaque. Um reflexo disso é que, desde 2021, os condomínio logísticos de classe A e A+ instalados no Estado estão com vacância praticamente zero.
Atualmente, cerca de 267 mil m² de novo estoque estão sendo construídos em território cearense e outros 62 mil m² estão previstos em projeto. Com isso, o Ceará deve dobrar o espaço em condomínios logísticos de alta complexidade até 2025.
As informações são da Binswanger Brasil, consultoria multinacional do setor imobiliário. Paulo Yuh Izuka, responsável pelo departamento de inteligência de mercado da empresa, ressalta que grandes centros urbanos, com populações significativas e que demandam produtos de maneira mais imediata estão atraindo mais as empresas, gerando uma grande demanda por galpões nos últimos anos.
A Grande Fortaleza é um exemplo. Ele lembra que o mercado de condomínios logísticos até 2018 era muito pequeno, quase inexpressivo. Hoje, já são 281 mil m² de estoque, sendo o novo maior mercado do Brasil.
Em 2025, com as entregas previstas e o dobro da capacidade, o Estado deve alcançar o top 5 do País. Em termos de investimentos, somente a construção desse novo estoque deve requerer quase R$ 1 bilhão.
Nós estamos em um momento em que as empresas estão ocupando mais esses mercados para abastecer a demanda de ecommerce, de varejo, do online, e estão indo para Fortaleza, por exmplo. Os desenvolverdores (de empreendimentos) estão vendo que não tem mais espaço classe A e A+ e tentando abastecer”Paulo Yuh Izuka
Responsável pelo departamento de inteligência de mercado da Binswanger Brasil
Mesmo dobrando o estoque de espaço, Paulo acredita que boa parte desses novos empreendimentos deve ser ocupada de forma rápida. Ele argumenta apenas três empresas (Amazon, Magazine Luiza e Casas Bahia) são responsáveis por 43% de todo o estoque ocupado. Dessa forma, há oportunidade para outras varejistas se instalarem aqui também.
Além disso, o especialista revela que, desde 2019, a absorção do estoque entregue ano a ano tem sido quase imediata.
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