São Paulo – O mercado de veículos na América Latina movimentará aproximadamente 4 milhões de unidades em 2023. E, desse volume, a Toyota projeta deter 500 mil unidades, o equivalente a fatia de 12%, das quais 400 mil serão produzidas no Brasil e na Argentina.
Foi o que projetou o presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, durante o 5º Congresso Latino-americano de Negócios do Setor Automotivo, realizado por AutoData.
“Este volume, de 400 mil unidades produzidas no Brasil e na Argentina, representa 80% do total de vendas à região”, assinalou Chang, ao listar que as fábricas brasileiras de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, todas no Estado de São Paulo, produzem Yaris, Corolla, Corolla Cross, motores e peças. E a planta argentina de Zárate fabrica Hilux e SW4.
No Brasil a quantidade a ser produzida em 2023 deverá ser de 210 mil unidades e, dessas, 90 mil serão exportadas: “Ou seja: 40% da nossa produção é exportada para 22 países dentro da nossa região. E este volume nos coloca como a montadora número 1 em exportações para a América Latina”.
Para Chang a vocação exportadora é componente crítico para manter a capacidade de produção das fábricas na região, ao mesmo tempo em que ajuda a driblar a variação cambial: “Em Sorocaba e em Zárate mantivemos o terceiro turno operando mesmo com a pequena contração experimentada nas exportações”.
O presidente da Toyota destacou também que em 2021 a empresa iniciou a exportação de motores produzidos em Porto Feliz para a América do Norte: “Trata-se de um dos maiores mercados do mundo. Neste ano programamos a exportação de 22 mil motores, o que representa 12% da produção”.
Com relação aos avanços na descarbonização Chang observou que a Toyota aposta na diversidade de rotas tecnológicas, uma vez que as soluções podem variar de região para região a depender de fatores como o desenvolvimento da infraestrutura e a matriz energética.
Na América Latina, assim, a aposta do processo de eletrificação da Toyota está nos veículos híbridos: “Acreditamos que seja o modelo mais prático para a região porque não precisa de infraestrutura de recarga, possui custo mais acessível e, no caso do Brasil, utiliza etanol”.
A Toyota planeja comercializar na região este ano 52 mil veículos híbridos – o que significa quase 10% das vendas na América Latina. E, desse volume, 42 mil unidades foram fabricadas em Sorocaba e Indaiatuba: “Significa que 20% de nossa produção total no Brasil, de 210 mil unidades, já é eletrificada.”
A montadora produz desde 2019 o Corolla sedã e, desde 2021, o Corolla Cross com motor híbrido flex. E, no fim de 2024, a partir de investimento de R$ 1,7 bilhão, fabricará um terceiro modelo com essa tecnologia, desta vez um compacto.
“O objetivo é contribuir para democratizar a tecnologia híbrida flex e gerar mais escala”, assinalou Chang, ao complementar que esse tipo de veículo se tornará mais acessível a partir do momento em que outras montadoras também apostarem nele, o que permitirá localizar seus componentes.
O presidente da Toyota lembrou que no ano passado foi exportado um veículo híbrido flex para a Índia e que, recentemente, anunciou a produção de protótipos pela própria fábrica indiana, que serão comercializados em um futuro próximo. Há dois meses o modelo também foi apresentado no Jacarta Motor Show, na Indonésia.
“Este mesmo esforço está sendo feito na América Latina. Realizamos visitas a países como Colômbia, Guatemala e Argentina para explorar a possibilidade de exportar veículos híbridos utilizando etanol.”
O próximo passo no Brasil, conforme anunciado há poucos dias, será nacionalizar a produção de veículos híbridos plug-in. Foram iniciados testes para, futuramente, localizar no País duas rotas tecnológicas.
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