Ter R$ 1 milhão na conta bancária é a meta de muitos investidores. Mas já imaginou perder tudo o que construiu ao longo de anos de uma hora para outra? Essa é a história de Alex Martins, analista CNPI da Fenix Traders, que em vez de compartilhar apenas os ganhos, contou a história sobre como perdeu todo o dinheiro para os seus seguidores no Twitter.
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O relato de Martins não é isolado. Um estudo feito pela FGV, encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), analisou os dados de 19,6 mil investidores que começaram a operar com day trade ,entre 2012 e 2017, e constatou que 97% das pessoas que especularam na bolsa perderam dinheiro. Os que conseguiram algum resultado, levantaram menos de R$ 300 reais por dia.
Outro ponto interessante é que o número de traders aumentou de 8 mil, em 2017, para 30 mil, em 2019. Desses, 92,1% abandonaram o barco em menos de um ano. Entre os que continuaram operando diariamente por mais de 300 pregões, 97% perderam dinheiro. Os 3% que conseguiram fechar no azul tiveram lucro inferior a R$ 300 por dia, o equivalente a R$ 6 mil reais no mês.
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“Tirando o dinheiro, uma das coisas em que o day trade mais me prejudicou foi o fato de me tornar muito imediatista. A prática do day trade tem essa característica por conta da facilidade de ver o dinheiro na conta, aspectos que tanto o swing trade como position trade não têm”, diz Martins
O E-Investidor conversou com Alex Martins para ouvir as lições que ele tirou do episódio.
A História
Martins conta que começou a operar no mercado financeiro nos anos 2000. “Não tinha muita opção além do day trade. As margens de garantia cobradas pelas corretoras eram muito altas. Até hoje são”, diz. Ao fazer day trade, o valor pago para operar no dia é muito menor do que se você passar a sua posição de um dia para o outro.
“A visão que eu tinha era que se um dia acontecesse algum fenômeno desse tipo, eu estaria na ponta vencedora
“Tem corretora que te cobra R$ 60 por lote de minicontrato, só que se você dormir com a posição de um dia para ou outro, isso vira R$ 5 mil”, explica. Naquela época, lembra o analista, não existiam os sistemas de zeragem automática, instrumentos que liquidam a sua posição quando o investidor está perto de zerar a conta.
Um dos fatores que levaram Martins a começar no day trade, além do acesso ser facilitado pelas corretoras com um custo mais baixo, foi o imediatismo. “O minidólar e o mini-índice têm aquele sentimento de resultado financeiro muito mais rápido”, diz.
O dia D
O ano era 2010. Martins operava os contratos de minidólar e mini-índice, como normalmente fazia. O que ele não poderia prever é que o 6 de maio de 2010 entraria para a história como o dia do Flash Crash.
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Um erro cometido por um operador desencadeou uma movimentação brusca no mercado norte-americano. Estima-se que o mercado de ações dos EUA perdeu US$ 1 trilhão e rapidamente se recuperou. “Como foi um erro interno, a notícia não vazou para o mercado. Quem estava de fora começou a especular o que podia ser. Eu, inclusive, cogitei a hipótese de ser um atentado terrorista”, diz.
O investidor explica que o fato de não saber o que tinha acontecido e a movimentação dos HFT (High Frequency Trading), robôs de Negociação de Alta Frequência, criaram um efeito manada sem fim.
“O dólar subiu 6% no dia. Não que eu achasse que isso nunca poderia acontecer, mas eu não imaginava que o erro de um único operador pudesse desencadear um efeito negativo para tantos investidores. A visão que eu tinha era que se um dia acontecesse algum fenômeno desse tipo, eu estaria na ponta vencedora”, diz Martins.
Não demorou muito até as…
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