Os mercados operam mais positivos nesta sexta-feira (22), com o dólar em queda e o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), em um movimento de leve recuperação após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Banco Central do Brasil (BC) adotarem tons considerados mais duros em seus comunicados de política monetária.
Neste pregão, investidores continuam repercutindo essas informações, mas também acompanham novos indicadores econômicos pelo mundo, que trazem certo alívio para os negócios.
No dia anterior, o dólar fechou com alta de 1,10%, vendido a R$ 4,9336, mas chegou a bater R$ 4,9361 na máxima do dia.
Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
- alta de 1,29% na semana;
- quedas de 0,33% no mês e de 6,53% no ano.
Também às 10h15, o Ibovespa tinha alta de 0,63%, indo aos 118.875 pontos.
Na véspera, o índice fechou o dia em forte queda de 2,15%, aos 116.145 pontos, repercutindo as decisões de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos nesta semana.
A baixa foi influenciada pelo tombo de diversas ações – os papéis da Magazine Luiza, do Grupo Soma e da construtora MRV chegaram a cair mais de 5% ao longo do dia.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa passou a acumular:
- queda de 2,20% na semana;
- altas de 0,34% no mês e de 5,84% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os mercados continuam repercutindo as decisões sobre juros, principalmente do Brasil e dos Estados Unidos. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou em 0,50 ponto percentual a Selic, taxa básica de juros, que foi a 12,75% ao ano. Já no país norte-americano, o Fed deixou as taxas inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano.
As decisões vieram em linha com o que era esperado pelo mercado, mas o tom dos comunicados emitidos após as reuniões despertou a atenção dos investidores.
No caso do Brasil, o Copom reafirmou, com mais ênfase, que segue de olho nos rumos da política fiscal e na arrecadação do governo, que vem caindo. Esses fatores podem pesar sobre próximas decisões do comitê.
Já nos Estados Unidos, o Fed não teve unanimidade para manter os juros inalterados e vários dirigentes queriam promover uma nova alta nas taxas. Assim, se a inflação continuar subindo no país, outros aumentos podem vir pela frente.
Mas, depois da semana intensa com essas reuniões, a sexta-feira tem uma agenda mais tranquila, com alguns dados de atividade econômica no exterior.
Na zona do euro, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto – que reúne dados do setor industrial e também de serviços – subiu de 46,7 em agosto para 47,1 em setembro, segundo a S&P Global.
O indicador veio acima das expectativas que era de 46,5 pontos. No entanto, mesmo com a melhora, o número continua abaixo dos 50 pontos. Quando o indicador é menor do que 50, indica uma contração da economia. Acima desse limite, significa expansão.
Mais tarde, o mercado também conhecerá o PMI de setembro dos Estados Unidos. A estimativa de analistas financeiros é que o indicador deve ter uma queda de 47,9 para 47,0 para a indústria e um aumento de 50,2 para 50,6 para serviços, levando o índice composto a permanecer praticamente inalterado.
Ainda no exterior, a inflação no Japão manteve-se estável em agosto e permaneceu acima da meta de 2% do banco central do país pelo 17º mês consecutivo. Segundo analistas ouvidor pela agência de notícias Reuters, esse pode ser um sinal de ampliação da pressão de preços que pode aumentar os argumentos a favor de uma saída da política monetária ultrafrouxa.
O dia também foi marcado pela decisão de política monetária no país. O Banco do Japão decidiu manter sua taxa de juros ultrabaixa, para continuar apoiando a atividade econômica.
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