E O VENTO LEVOU… ALTERNATIVAS: ALGUMAS MEDIDAS COMPLEMENTARES DA FAZENDA
Os investidores internacionais estão observando com apreensão essa nova realidade na qual enfrentaremos juros mais altos por um período prolongado.
Christine Lagarde, presidente do BCE, reiterou ontem a importância da “dependência de dados” pela autoridade monetária, enquanto Neel Kashkari, presidente do Federal Reserve regional de Minneapolis, sugeriu um possível aumento adicional nas taxas.
Esse cenário de incerteza está exercendo pressão sobre a curva de juros nos Estados Unidos, fortalecendo o dólar globalmente e afetando ativos de risco, como as ações.
Durante o pregão desta terça-feira, a maioria das ações na Ásia registrou queda, com a perspectiva de taxas mais elevadas nos EUA impactando especialmente o setor de tecnologia.
Além disso, as preocupações contínuas com a desaceleração econômica na China mantiveram os investidores cautelosos em relação aos mercados regionais.
O mercado europeu também iniciou o dia em baixa, alinhado ao desempenho dos futuros americanos. Prevê-se que o dia seja particularmente desafiador.
A ver…
00:37 — Tentando uma solução
No Brasil, durante o dia, estaremos analisando atentamente a ata do Copom, divulgada nesta manhã. Não se espera uma mudança significativa no tom por parte da autoridade, que já descartou a possibilidade de acelerar o ritmo ainda em 2023.
No entanto, detalhes específicos podem oferecer uma visão mais clara sobre a dependência dos dados pelo BC.
Nossa previsão é que encerraremos o ano com a taxa Selic em 11,75%, mas isso não descarta a possibilidade de um movimento mais assertivo em direção a 9% até o final de 2024. Portanto, estamos atentos também ao IPCA-15 de setembro, fornecendo uma prévia da inflação oficial até o momento neste mês.
Outro ponto de foco local é a situação fiscal, com o Ministério da Fazenda explorando alternativas em paralelo com sua extensa agenda de microrreformas.
É interessante observar que mais da metade das 17 medidas propostas não necessitam da aprovação do Congresso, o que não deve impactar muito o cronograma dos trabalhos legislativos.
Essas medidas abordam crédito, seguro, previdência, tributação e mercado de capitais, incluindo a ampliação do acesso ao crédito consignado para trabalhadores do setor privado e modificações na política de investimento de fundos de pensão e seguradoras.
Por fim, é importante mencionar a iniciativa do governo de recorrer ao STF para revisar o pagamento das dívidas judiciais da União.
Desde o governo Bolsonaro, foi estabelecido um teto anual para as despesas com precatórios.
Agora, o Ministério da Fazenda busca resolver essa questão e planeja quitar uma fatura acumulada de R$ 95 bilhões (R$ 65 bilhões referentes a precatórios não pagos e a previsão para 2024), propondo alterações na forma como esses pagamentos são contabilizados no âmbito federal, permitindo ao governo honrar seus compromissos sem infringir as regras fiscais.
01:46 — A curva de juros está pesando
Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 interrompeu a sequência de quatro dias de quedas ontem, encontrando apoio na marca de 4.300 pontos.
Surpreendentemente, o sentimento de compra se fortaleceu nesse nível, mesmo diante do aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (impulsionado pela postura do Federal Reserve de manter as taxas de juros mais altas por um período prolongado).
No dia anterior, os rendimentos voltaram a subir, com os títulos de 10 anos atingindo 4,54%, o nível mais alto desde 2007.
Entre as notícias positivas, destaca-se o acordo provisório entre os roteiristas de Hollywood e os estúdios para encerrar a greve que já durava quase cinco meses.
Há expectativa de que esse acordo sirva de catalisador para negociações futuras, incluindo aquelas entre o sindicato dos atores e, eventualmente, entre as montadoras e o sindicato United Auto Workers, aliviando a pressão sobre a economia real dos EUA.
Além disso, aguardamos dados do mercado imobiliário, incluindo as vendas residenciais de agosto e o Índice de Confiança do Consumidor para setembro.
02:25 — Um impasse sem fim
Nos Estados Unidos, uma das agências de classificação de crédito mencionou a possibilidade de rebaixar a classificação do país devido à nova ameaça de paralisação do governo.
O impasse orçamentário nos EUA não mostra sinais de resolução…
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