Se antes a grande responsabilidade do time de tecnologia era manter a infraestrutura funcionando – o cenário do que os CEOs esperam dos CIOs mudou completamente. O CIO, hoje, tem que estar o tempo todo administrando o aumento de carga de trabalho, tem que estar atento às inovações para a produtividade da empresa e alinhado à área de negócios para reduzir os custos.
“O papel do CIO, na nossa visão, é que ele tem ganhado mais importância dentro da definição das estratégias da empresa. Qualquer estratégia digital que você tenha, o CIO tem que estar envolvido na estratégia de negócios”, diz Sérgio Santos, gerente geral da AMD no Brasil.
Para isso, explica Estanislau Bassols, presidente da Cielo, os CEOs esperam uma sinergia das áreas para garantir que os clientes sejam prioridade, independente de ser um negócio B2B ou B2C. “Estamos, inclusive, vivendo um movimento no mercado, considerando este processo de digitalização da economia, que cada vez mais diretores de tecnologia têm assumido a direção da empresa, por serem profissionais versáteis, criativos e com capacidade analítica e de negócios.”
Santos exemplifica como a falta de sinergia pode ser prejudicial. Ele conta que já passou por momentos em que ao conversar o mesmo assunto com diferentes departamentos, os sistemas não se falavam. Para produzir um processo e ter um resultado, seria necessário plugar os pontos.
“A gente espera que um processo, ainda que seja interdepartamental, se inicie de uma maneira, ele seja o mesmo até a outra ponta. Além disso, o SLA é muito importante: qual o tempo de resposta que você tem, porque a gente quer um processo que funcione, mas em um tempo que responda à necessidade de negócios. Ou seja: ‘eu preciso desse processo e ele tem que acontecer nesse período máximo para atender os nossos clientes’”, comenta Santos.
E esses processos, para Bassols, é essencial para a prosperidade das empresas. “O processo de transformação digital da Cielo não seria possível sem a minha sinergia com o time, especialmente quando falamos da equipe do Carlos Alves, o nosso VP de Tecnologia e Negócios. Ele chegou recentemente, com uma vasta bagagem no segmento de Varejo e com o desafio de impulsionar ainda mais a nossa jornada de digitalização.”
O gerente geral da AMD concorda, ao dizer que os CEOs esperam que a área de tecnologia interna entenda as necessidades do negócio e dê as ferramentas para que os times de negócios, marketing, RH, finanças e outros possam ser mais eficientes – sem que sejam silos isolados.
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Em resumo, o CIO é parte da transformação da própria equipe de TI de estar mais antenada nos negócios e não simplesmente na parte técnica. “Existem mais casos de sucesso do que não sucesso conforme as equipes de TI interagem mais na área de negócios da empresa. Temos um potencial de sucesso muito grande. O risco é quando TI se mantém isolado para fazer as coisas funcionarem. Conforme a área de TI entende que os sistemas da empresa têm que se adaptar ao negócio, e não ao contrário, ela terá mais sucesso”, comenta Santos.
Bassols complementa ao dizer que, entretanto, a união de lideranças com pensamentos e vivências diferentes pode contribuir ainda mais com o propósito final da organização.
Vice-versa: o que os CIOs esperam dos CEOs
Por outro lado, as empresas devem buscar endereçar as decisões de negócios levando em consideração a tecnologia como uma maneira viabilizadora e aceleradora para atingir os resultados cada vez mais rápido e sustentável.
“Um exemplo de endereçar temas de forma eficiente é ter pessoas de tecnologias sempre pareando os níveis executivos da companhia para que as decisões estejam sempre interligadas, levando em consideração a complexidade da tecnologia e a prioridade de negócio e temos visto que tratar as discussões tecnológicas tem trazido bons resultados, vide o crescimento da companhia e a confiança de grandes marcas que entendem a importância da tecnologia e dos negócios estarem de mãos dadas”, afirma Fábio Feichtinger, CIO da Quality Digital.
Roberto Vidal, diretor de tecnologia e operações do Grupo Office Total, acrescenta ao dizer que o contexto atual de competição no mercado e as muitas potencialidades tecnológicas com menores barreiras de acesso, exigem que a transformação digital seja um dos…