O plano de voo é o documento mais importante para uma viagem tranquila de avião, inclusive com o tanque cheio. Na B3, o apetite ao risco dos investidores, combinado com a queda do dólar ante o real e o alívio nos juros futuros (DIs) são os componentes, ou melhor, o combustível para as ações das companhias nesta terça-feira.
Esses fatores beneficiam o “voo” das ações das companhias aéreas, com destaque para a empresa de viagens e passagens aéreas CVC (CVCB3).
A desvalorização do dólar na comparação com o real, por exemplo, estimula a compra de viagens aéreas e a reserva de hospedagens, principalmente no exterior. As apostas de um alívio maior nos juros também ajuda as ações ligadas ao turismo.
Além disso, a proximidade com o fim do ano, época mais promissora para o setor, dá um “gás” adicional para as ações, de acordo com analistas.
Os papéis da CVC (CVCB3) lideram os ganhos do Ibovespa desde a abertura das negociações. Por volta das 15h10, (horário de Brasília), as ações decolam com alta acima de 10%. — e somam avanço de 15% em apenas dois dias.
Mas a alta de hoje não afasta as turbulências da companhia de turismo. Apenas neste ano, os papéis acumulam queda de quase 35%.
Isso porque a empresa segue em um longo processo de reestruturação, com incertezas sobre a capacidade de operação nos próximos meses e renegociação de dívidas com credores.
Com a queda do petróleo no mercado internacional, as companhias aéreas também operam em alta — ainda que um pouco menor do que a CVC (CVCB3). Os papéis da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4) registram alta superior a 6%. Acompanhe a cobertura de mercados hoje.
Além de CVC: outros destaques do Ibovespa
Magazine Luiza (MGLU3), Arezzo (ARZZ3) e Natura (NTCO3) também operam entre as maiores altas do pregão.
Sem notícias relevantes para o setor de varejo, as ações estão mais suscetíveis à dinâmica dos juros futuros (DIs) — apostas do mercado para a trajetória da taxa básica de juros (Selic) negociadas em forma de contratos na bolsa.
Alpargatas (ALPA4) na ponta negativa
A Alpargatas (ALPA4) é uma das poucas varejistas que não surfam na onda do alívio dos juros futuros na B3.
O motivo para isso é o corte no preço-alvo das ações de R$ 10 para R$ 8,70 pelo Citi. A revisão do banco deve-se às expectativas de resultados mais fraco da companhia para o terceiro trimestre, além de considerar o valuation — valor de mercado — “não atraente”.
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