Bom dia, pessoal. Às vésperas do feriado de Nossa Senhora, que resultará no fechamento do mercado aqui no Brasil amanhã, os investidores estão atentos à variedade de índices de preços ao redor do mundo. Nos últimos dois dias, membros do Federal Reserve dos EUA expressaram uma postura mais flexível e moderada, levando ao possível término do ciclo de aumento das taxas de juros pelo Fed. Diferentes fontes parecem convergir para uma visão mais unificada da autoridade monetária americana. A razão para isso é que o mercado ajustou as taxas para cima e espera menos ação do Fed. Os dados de hoje, incluindo a ata do Fed e o índice de preços ao produtor dos EUA, são cruciais para consolidar essa percepção, assim como o índice de preços ao consumidor americano programado para amanhã.
Refletindo os sinais amplamente positivos observados nos mercados globais durante o pregão de ontem, os mercados de ações na Ásia fecharam em sua maioria em alta nesta quarta-feira, uma vez que as preocupações em relação às perspectivas das taxas de juros diminuíram. Apesar das inquietações sobre o conflito contínuo entre Israel e o Hamas ainda afetarem o mercado, elas estão menos evidentes, pois a compreensão geral é de um conflito localizado e limitado à região. Na Europa, os mercados operam sem uma direção única nesta manhã, enquanto os futuros americanos apontam para uma alta. É improvável que os preços ao consumidor na Alemanha para setembro sejam revisados, mas merecem atenção, especialmente para verificarmos se os recentes aumentos nos preços do petróleo não afetaram os preços da gasolina tanto quanto o habitual.
A ver…
· 00:59 — E a inflação brasileira?
No cenário local, os investidores estão concentrados no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que pode reforçar a perspectiva de que a taxa básica de juros (Selic) pode continuar diminuindo, algo considerado apropriado. A expectativa é de um aumento de 0,32% no índice durante o mês, comparado ao aumento de 0,23% em agosto. Em relação aos últimos 12 meses, prevê-se um avanço de 5,25%, em comparação aos 4,61% de agosto. Já era previsto que haveria uma nova aceleração da inflação no segundo semestre, conforme já mencionamos anteriormente. O ponto de interesse é o impacto que esse movimento pode ter e se surpreenderá ou não a expectativa do mercado. Um dado abaixo do esperado deverá ter uma repercussão positiva nos ativos.
O alívio recente foi impulsionado pela considerável queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, que fortaleceu o real e impulsionou os mercados globais, incluindo o mercado brasileiro. Se essa tendência persistir, poderemos vislumbrar a tão desejada oportunidade para um rali no final do ano, especialmente se houver mais notícias sobre estímulos da China nas próximas semanas, como os pacotes anunciados recentemente.
Em Brasília, a tensão segue inalterada, com dificuldades para avançar na agenda econômica. Ganha força no Congresso e no Ministério da Economia a opção de implementar no Brasil um modelo semelhante ao europeu como alternativa ao fim da dedução dos Juros sobre Capital Próprio (JCP). Nesse contexto, uma solução intermediária em análise poderia ser a construção de algo mais próximo do ACE (sigla para ‘Allowance for Corporate Equity’).
· 01:55 — Um tom mais pacifista
Nos Estados Unidos, os mercados acionários voltaram a subir ontem, mesmo diante de várias razões para uma queda, incluindo a guerra no Oriente Médio, dados econômicos conflitantes e uma Câmara dos Representantes sem presidente. No entanto, uma reviravolta agradável aconteceu devido a uma queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro, impulsionada por comentários menos agressivos dos membros do Federal Reserve, e também porque os investidores buscaram segurança nos títulos do Tesouro. Recentemente, o S&P 500 enfrentou uma série de perdas, caindo cerca de 5,5% nas três semanas anteriores até a quinta-feira passada. Apesar das manchetes negativas, o índice se recuperou desde então, subindo quase 3% em três sessões. O mesmo padrão se refletiu no Dow Jones Industrial Average e no Nasdaq Composite.
Em 3 de outubro, o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu 4,80%, seu nível mais alto desde 2007, enquanto o rendimento dos títulos de 2 anos foi de 5,15%. Desde então,…
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