O gestor de fundos de ações, assim como o investidor pessoa física, deve repensar a forma como a volatilidade é tratada na bolsa de valores. Na Guepardo Investimentos, pelo menos, a flutuação dos papéis é vista como uma aliada para a liquidez de ações e leva a resultados surpreendentes em um dos fundos que é “carro-chefe” da gestora. O fundo de investimento em ações (FIA) da Guepardo, obteve um retorno de oito vezes o CDI desde sua fundação, em 2004.
O diretor de Relações com Investidores da Guepardo, Roberto Esteves, explica que não há mágica por trás do rendimento de cerca de 4.000% desde a inauguração do Gueparco FIC FIA – contra 614% do CDI entre 2004 e 2023. Para ele, dois elementos combinam com a gestão do fundo: a disciplina e a visão de que a volatilidade na bolsa de valores pode ser a aliada do investidor.
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Uma nova visão sobre volatilidade
Ao todo, a Guepardo administra um patrimônio de R$ 3 bilhões e possui aproximadamente 10 mil cotistas entre os três fundos de ações da gestora. Entre a eterna busca dos investidores para superar o CDI, principal vilão dos rentistas brasileiros, Roberto conta à Inteligência Financeira que o segredo é:
“A Guepardo entra preparada para uma posição em ações que dure 10 anos, mas pode se desfazer do papel se ela atingir o valor justo no dia seguinte”
Por isso a volatilidade é uma aliada na carteira da gestora.
“Se você souber como lidar com a volatilidade, ela pode ser uma excelente amiga. Se a empresa que você ama do nada bater R$ 50 na ação e oscilar para R$ 100 e voltar para R$ 50, o investidor disciplinado cobre a posição na baixa”, aponta Roberto.
Para o gestor, a volatilidade deveria ser “sonho de consumo” no mercado de ações porque ela leva a uma taxa de retorno de investimento (TIR) mais alta. “Só que as pessoas são condicionadas a achar que volatilidade é ruim porque não sabem o que está por trás dela. Se você sabe quanto vale o ativo final, o melhor dos mundos é ter volatilidade”, afirma.
Gestor da Guepardo não acredita em ‘maioria’ das previsões
Conforme a explicação do executivo, o fundo da Guepardo compra empresas negociadas abaixo do valor justo e visa o longo prazo do investimento.
Justamente por se estender em previsões, Esteves não acredita em previsões do mercado sobre a bolsa de valores. Tampouco crê no que a maioria do mercado diz sobre as empresas investidas pelo fundo, confiando mais nas “próprias contas” da Guepardo.
“Eu não acredito em nenhuma previsão e nenhuma dessas previsões de mercado. Para empresas eu não vou acreditar no que o mercado fala. Nós fazemos nossas contas internas”, afirma. “Na nossa cabeça, independente do que aconteça, vamos continuar acreditando que existem empresas boas e baratas para comprar”, complementa ao destacar que o FIA teve retorno de 35% entre março e agosto.
“Por exemplo, se nós compramos uma ação por R$ 50 achando que, na verdade, ela vale R$ 100, estamos prontos para esperar 10 anos (até a ação chegar ao valor justo). Temos essa filosofia porque a empresa pode ser excelente e de um setor ótimo, mas eu não sei como vai ser o dia de amanhã e não tenho ideia do quanto vai demorar. Mas pode dar um mês e a ação subir 100% e chegar ao valor justo. A gente vai, vende e deixa a posição.”
‘Não existe bolsa barata e notícia boa’
Para Esteves, o investidor brasileiro que espera uma bolsa de valores barata não deve aguardar boas notícias em seguida. Ele aconselha sempre que as posições mais táticas sejam realizadas em momentos de pessimismo do mercado, mesmo quando o Ibovespa fecha em queda.
Para o gestor, a bolsa está barata de fato. A posição de caixa do fundo FIC FIA da…
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