25. out, 2023
A Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) anunciou os vencedores do Hackapower, a última etapa das Olimpíadas Nucleares Brasileiras (ONB). O grupo Amaná é o grande vencedor da competição intelectual, com o projeto intitulado “Complexo de Energia Limpa: Inovação Nuclear com o Uso de SMR para Produção de Combustíveis Sintéticos Utilizando Água Salobra e CO2 da Atmosfera”. Nessa proposta, tecnologias inovadoras como a captura de carbono e a co-eletrólise são combinadas com a energia de um reator nuclear modular para gerar combustíveis sintéticos de alta qualidade. Usando água salobra dessalinizada e CO2 capturado diretamente da atmosfera, o complexo de energia demonstra uma produção anual significativa de diesel equivalente, indicando a viabilidade do projeto para o mercado de e-combustíveis.
O grupo vencedor é composto por alunos de diferentes universidades brasileiras: Larissa Pinheiro, do curso de Engenharia Nuclear da COPPE – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Iago Gomes, do curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares – Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Isabella Magalhães, do Departamento de Engenharia Nuclear – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Suelen Oliveira, do curso de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear – Instituto Militar de Engenharia (IME) e João Alegrio, da Escola Politécnica – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“O projeto vencedor é um exemplo brilhante de como a criatividade e a inovação podem transformar a indústria nuclear, aproveitando recursos distintos para produzir energia limpa e sustentável. O grupo Amaná exemplifica a criatividade e o compromisso dos jovens talentos em direção a um futuro energético mais limpo”, declarou o presidente da ABDAN, Celso Cunha. Ao todo, o Hackapower contou com a participação de cinco grupos competidores de diversas instituições de ensino em todo o Brasil.
A competição atraiu estudantes de graduação, mestrado e doutorado com um interesse apaixonado pela energia nuclear, cibernética e inteligência artificial aplicadas a essa área. Patricia Wieland, uma das pesquisadoras que faz parte da organização, ressaltou que as Olimpíadas Nucleares Brasileiras produziram muito mais do que futuros líderes para o setor nuclear do Brasil. Segundo ela, a competição abriu caminho para o networking, o fluxo de informações, troca de conhecimento entre alunos e professores de diversas universidades do país com os especialistas da indústria nuclear. Em um contexto mais específico, mas com a necessária visão estratégica.
“Excelentes ideias foram produzidas, pesquisadas e organizadas em forma de artigo científico e foram analisadas por especialistas. Todos os grupos que conseguiram chegar ao final dessa maratona alcançaram pontos elevados. Esperamos que esse seja só o começo de uma plataforma de inovação para indústria nuclear com uma conexão com academia mais intensa e frutífera. Já temos planos para 2024”, afirmou.
A coordenação da ONB também esteve a cargo da engenheira nuclear da Framatome, Eliene Silva, que faz questão de expressar sua satisfação com o resultado da competição: “Estou extremamente orgulhosa de nossa equipe e de todos os envolvidos por demonstrarem que a inovação e a visão podem transformar nossa indústria. É gratificante ver como a próxima geração de talentos em engenharia nuclear está disposta a abraçar desafios complexos. Este projeto vencedor reflete o compromisso e a paixão em fazer a diferença no setor de energia nuclear“.
A competição contou com mentoria de Leonam Guimarães (ABDAN/Eletronuclear) e Karla Lepetitgaland (Eletronuclear). O júri foi composto por Carlos Leipner (Global Nuclear Energy Strategy/executivo do setor), Alice Cunha (Westinghouse), Nivalde de Castro (GESEL-UFRJ), Marcos Antônio (Comunicação Eletronuclear) e Cristiane Pereira (Comunicação ABDAN).
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