15 anos em um dia: como árvore é transformada em papel na maior plantação de pinus do BR
Pioneiro em plantios florestais em larga escala, o Paraná abriga a maior plantação de pinus do Brasil e duas unidades da indústria que mais produz papel para embalagens no país. O estado é ainda detentor da segunda maior floresta plantada do Brasil, considerando pinus e eucalipto, perdendo apenas para Minas Gerais.
Das árvores é extraída a celulose, a matéria-prima do papel. Dependente do que vem da terra, o setor investe pesado para garantir que as fábricas estejam sempre abastecidas com madeira de qualidade, vinda de pinus e eucalipto.
Considerando que o eucalipto leva pelo menos sete anos para se desenvolver a ponto de poder ser colhido e que, no caso do pinus, o tempo sobe para 15 anos, um dos principais pilares da indústria papeleira é o planejamento.
A estratégia do setor precisa ser traçada desde o plantio da árvore até a entrega do papel. O g1 conversou com especialistas do setor para entender como esse processo produtivo funciona.
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Dimensão das florestas plantadas
De acordo com levantamento da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), as árvores de pinus ocupavam mais de 713 mil hectares do estado em 2022, representando 37,1% do total plantado da espécie no país.
Somando aos 449,72 mil hectares de eucalipto, o Paraná soma 1,17 milhão de hectares de florestas plantadas – o equivalente a mais de um milhão de campos de futebol, quase 6% do território paranaense.
Essas florestas movimentam R$ 4,8 bilhões por ano, segundo dados de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O montante perde apenas ao registrado em Minas Gerais, onde a produção anual de florestas plantadas gira em torno de R$ 7,5 bilhões.
Porém, o foco dos mineiros é outro: os mais de 2,3 milhões de hectares de pinus e eucalipto plantados por lá produzem 87,7% do volume nacional de carvão vegetal.
Impacto na geração de empregos
As florestas plantadas também movimentam o mercado de trabalho. Segundo a APRE, em 2020, o Brasil apresentou pouco mais de 608 mil empregos no setor. No Paraná, foram mais de 100 mil.
Considerando apenas os empregos diretos, aqueles em que a pessoa tem carteira assinada exclusivamente para determinado fim, há mais de 42 mil trabalhadores voltados à produção florestal e à fabricação de papel e celulose no Paraná.
O número ainda não inclui trabalhadores de empresas terceirizadas e nem os envolvidos no transporte de madeira e do material pronto, por exemplo.
A informação é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de agosto de 2023.
Onde estão os polos florestais do Paraná
Os polos florestais estaduais ficam concentrados do centro para o leste do Paraná e concentram 85% dos plantios do estado, segundo dados de 2022 da APRE. Veja a lista de regiões:
- Telêmaco Borba – 283.301,75 hectares de área plantada e mais de R$ 682 milhões de valor de produção;
- Sengés – 149.726,72 hectares de área plantada e mais de R$ 356,6 milhões de valor de produção;
- General Carneiro – 139.657,39 hectares de área plantada e mais de R$ 1,37 bilhão de valor de produção;
- Guarapuava – 119.512,83 hectares de área plantada e mais de R$ 622,2 milhões de valor de produção;
- Vale do Ribeira – 114.668,35 hectares de área plantada e mais de R$ 592,4 milhões de valor de produção;
- Ponta Grossa – 104.407,44 hectares de área plantada e mais de R$ 223,4 milhões de valor de produção;
- Lapa – 82.469,61 hectares de área plantada e mais de R$ 411,4 milhões de valor de produção.
É no principal polo florestal do Paraná que ficam duas fábricas de papel da maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil: a Klabin.
Juntas, as unidades das cidades vizinhas Telêmaco Borba e Ortigueira, nos Campos Gerais, consomem mais de 15…
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