Os custos da destruição climática em 2050 serão mais de duas vezes maiores que o investimento necessário para alcançar uma economia de zero carbono, estima uma pesquisa divulgada na última sexta-feira (3) pelo Bank of America (BofA). Segundo o levantamento, apesar de a transição energética contribuir para um aumento da inflação no curto prazo, a falta de ações nesse sentido pode ter um custo muito maior para os setores da Bolsa no futuro.
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De acordo com o relatório, a estimativa de investimentos para alcançar uma economia de carbono zero entre 2023 e 2050 seria de US$ 75 trilhões, enquanto o custo de não agir ou investir menos que o necessário nessa área corresponde a US$ 178 trilhões.
“A longo prazo, à medida que os preços dos créditos de carbono aumentam devido à taxação do carbono e os custos das energias renováveis continuam a diminuir, estas opções sustentáveis se tornam cada vez mais rentáveis, sugerindo o potencial para efeitos deflacionários quando se investe em soluções climate-friendly”, afirmou Dimple Gosai, estrategista-chefe de ESG do BofA Global Research em Nova York.
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Seguros
A decisão entre investimentos de curto prazo e benefícios de longo prazo é evidente no setor de seguros, aponta o relatório. Até 2040, a previsão é que as mudanças climáticas contribuirão para um aumento de 30% a 63% em perdas catastróficas seguradas nos mercados avançados (países desenvolvidos). Isso equivale ao pagamento de US$ 100 bilhões em prêmios.
“As seguradoras apelam aos proprietários para fortalecer suas propriedades, com custos de atualização variando de US$ 2.800 a US$ 18.000 para casas resistentes a incêndios florestais na Califórnia. O aumento dos prêmios de seguro dá aos proprietários três opções: aceitar um aumento de seis vezes, investir em melhorias caras na casa ou renunciar ao seguro.
Olhando para 2050, estima-se que 34 mil casas poderão ser perdidas anualmente devido a incêndios florestais, equivalentes a uma cidade inteira do tamanho de Asheville, Carolina do Norte, desaparecendo cada ano”, ressalta a pesquisa.
Segundo o relatório, cada dólar gasto na construção de edifícios de acordo com normas de construção rígidas economiza US$ 11 em custos de reparo e recuperação de desastres, de acordo com estimativas da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA). Tais práticas podem reduzir o potencial de danos substanciais pagamentos de seguros, permitindo seguros mais acessíveis.
Agricultura
A inflação dos alimentos pode subir ainda mais caso ferramentas de adaptação climática, incluindo diversas tecnologias agrícolas, não sejam implementadas, alerta o BofA. O levantamento estima que as mudanças climáticas poderão resultar em custos anuais US$ 5 bilhões mais altos para o setor de agricultura, cerca de 20% acima dos custos atuais.
“As soluções AgTech exigem altos investimentos iniciais, mas descobrimos que com escala e com a ajuda de subsídios do governo, os agricultores poderiam teoricamente expandir as margens operacionais em 8-15 pontos à medida que se adaptam aos efeitos das mudanças climáticas. Essa melhoria da margem poderia se traduzir em uma redução dos custos alimentares no longo prazo”, destaca a pesquisa.
Energia e combustíveis fósseis
Os setores de energia e combustíveis fósseis estão entre os maiores emissores de carbono. No entanto, o relatório aponta para a necessidade de fazer a transição energética de forma gradual e responsável, sem abrir mão de processos que reduzam as emissões.
“Os custos iniciais elevados dos projetos de energia renovável os tornam sensíveis às flutuações das taxas de juros, o que vem atrasando a adoção de tecnologias limpas e dificultando os…
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