Ferramentas de dimensionamento corporal ajudam lojas eletrônicas de roupas a vender mais
No mundo todo, cresce o uso de tecnologias e ferramentas de dimensionamento virtual pelos e-commerce de moda, a fim de potencializar suas vendas eletrônicas. É o que aponta o levantamento Fashion Retail – Insights and trends on the fashion retail sector in the US, UK, and Brazil, divulgado no último mês pela Advisia, consultoria internacional de estratégia de negócios e análise de dados.
De acordo com o estudo, os varejistas estão investindo em tecnologias de Realidade Mista (RM), que integra ferramentas de Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) para criar ambientes onde objetos físicos e digitais coexistam e interajam em tempo real. Na prática, a RM permite que os clientes “experimentem” roupas e acessórios digitalmente e, com isso, visualizem como esses itens ficarão em seus corpos e se a cor da peça “harmoniza” no tom de pele.
“Isso proporciona uma experiência de compra imersiva, personalizada e mais segura, pois elimina as limitações físicas das lojas tradicionais e permite que os consumidores façam compras com confiança no conforto de suas casas, transformando assim o futuro do varejo de moda”, o time da Advisia registrou em relatório.
Além dos provadores virtuais, a Realidade Mista também pode ser usada na customização de produtos. A Nike usa tecnologia de Realidade Mista para fornecer experiências de compra personalizadas, em uma de suas lojas de Nova York, chamada “House of Innovation”. Já o aplicativo da fabricante de produtos esportivos conta com o recurso “Nike Fit”, que utiliza RA para medir o tamanho exato do pé do usuário, facilitando a seleção do número correto do calçado.
A tecnologia de dimensionamento virtual ganhou mercado durante a pandemia, com os consumidores sem poder sair de casa para experimentar roupas pessoalmente. O recurso caiu no gosto do consumidor, desde então, e para não perder vendas, mais marcas passaram a adotar os provadores virtuais. A marca de jeans Unspun apostou na digitalização corporal, garantindo a produção de peças sob medida, enquanto o aplicativo da fabricante de óculos Warby Parker tem um recurso de teste virtual, permitindo que o comprador veja como cada modelo fica em seu rosto.
Mais uma herança da pandemia
De acordo com a empresa TrueFit, desenvolvedora de aplicativo com o mesmo nome, 40% mais consumidores passaram a usar o app de 2019 a 2020. Desde então, a empresa registrou um aumento médio de 20%, ano a ano, no uso da aplicação de dimensionamento corpóreo.
Nos Estados Unidos, o Shopify adicionou o TrueFit ao seu conjunto de aplicativos. Com isso, a ferramenta de dimensionamento passou a ser facilmente acessada nas páginas de detalhes do produto. A aplicação pede aos clientes que forneçam dados como altura, peso e tamanho preferido. Em seguida, o TrueFit analisa essas informações para determinar a melhor opção para o item que estão comprando no momento.
A Heather Tellier, diretora de marketing global da TrueFit, afirma que a questão da medida e ajuste de artigos é um problema antigo dos varejistas on-line. Lembra ainda que as soluções anteriores não deram certo porque os compradores não queriam fazer upload de fotos ou compartilhar informações sobre seus corpos. “Esse comportamento dos consumidores está mudando à medida que a tecnologia melhora e os hábitos evoluem”, avalia.
Janine Sticher, analista da BTIG, ressalta que as marcas com provadores virtuais podem ter conversões mais altas, uma vez que os clientes cautelosos podem se sentir mais seguros para realizar a compra, sabendo que a peça tem tamanho adequado e não haverá necessidade de troca ou pedido de devolução do dinheiro. “Isso gera melhores conversões quando as pessoas confiam no que ficará bem e as marcas não terão que pagar pela logística reversa para ter um retorno. É uma vitória dupla”, resume
As marcas de roupas e varejistas também estão adicionando conteúdo de fotos e vídeos mais realistas para mostrar como um item se ajusta. Além disso, mostram o caimento do produto em modelos de tamanhos diferentes, do PP ao EXG. “Os consumidores são mais propensos [a comprar] quando podem examinar as imagens de alguém que se parece com ele, e podem dizer: ‘esse é o meu tipo de corpo’”, explica.
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