A base da cultura negra no Brasil foi apagada, porém, vem sido redescoberta e resgatada através dos anos, em diversas áreas, por pessoas que lutam pela igualdade e reparação histórica. A fusão dos costumes brasileiros transmite estes saberes e transmutam metodologias.
“Isso é essencial para a gente entender, inclusive, a nossa temporalidade, o espírito do tempo. Pensando sankofamente onde estamos hoje, a partir do que a gente foi e o que a gente será. Podemos, sem problema nenhum, ir ao passado, resgatar aquilo que ficou ou se perdeu, para ressignificar esse pensamento do presente e criar futuro desejável”, reflete Alexandre Salles, CEO do Estúdio Tarimba e coordenador de graduação e pós em Design de Interiores e Design de Mobiliário Istituto Europeo di Design (IED-SP).
Sankofa é uma palavra em Twi, língua nativa de Gana, que significa “recuperar” – e o resgatado precisa ser visto e replicado.
O arquiteto Nicholas Oher, do escritório Ohma Design, lamenta não ter mais referências pretas em sua área, contando que suas inspirações foram sua própria família, até muito recentemente. “Temos pouquíssimas pessoas da comunidade em destaque na área de Arquitetura e Design, por isso, é importante que nos indiquemos mutualmente”, sugere.
Dado esse cenário, com o auxílio dos profissionais Ale Salles, Dona Carmem, Ester Carro, Nicholas Oher, Thamires Mendes e Yara Elias, reunimos profissionais de diversas áreas, como Arquitetura, Arte, Design e Gastronomia para conhecer, inspirar-se e divulgar o trabalho!
Gabriella Marinho
Gabriella Marinho é artista plástica e jornalista de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e é dona do Kianda Ateliê, que cria peças únicas de cerâmica a mão. “Ela faz peças extremamente orgânicas, trabalhando com materiais mais naturais, que remetem a experiência preta e periférica”, compartilha Nicholas, destacando as luminárias de cerâmica Cascata e Mar 01.
Sergio Matos
“No Brasil, quando se fala de ancestralidade, ele está entre os primeiros”, diz Ester Carro, arquiteta e presidente do Fazendinhando, instituto de transformação territorial, cultural e socioambiental. Ela destaca que o designer baiano Sergio Matos faz referências formidáveis à cultura e à Amazônia. “Por muito tempo perdemos e não falávamos desta representação, mas ele traz o Brasil de volta nos trabalhos, presente na cotidianidade das peças”, complementa.
Instituto Ações Sociais Vó Tutu
Dona Carmen Virgínia, chef do Altar Cozinha Ancestral, fala de Maria Paulina Avelino, que deu início ao Instituto Ações Sociais Vó Tutu durante a pandemia para a população vulnerável do bairro da Brasilândia, em São Paulo, distribuindo mais de 2 mil pães e 300 litros de chá diariamente, e em parceria com o Senai, propagando cursos, kits de higiene, cestas básicas e terapia. O projeto aceita doações para expandir seu alcance.
Arquitetas Negras
O Arquitetas Negras é um projeto de comunidade que busca evidenciar a produção de profissionais pretas e brasileiras, e conta com um grande número de mulheres em seu banco, inclusive algumas da nossa lista. O mapeamento ajuda a colocá-las em contato com possíveis clientes e outros profissionais.
Kaiza Isabel
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