Quanto vale um veículo? Ele é caro ou barato? Essas duas simples perguntas muitas vezes não podem ser respondidas apenas olhando para um carro, observando seu design e características.
Muitas vezes o valor de um veículo encontra-se nos recursos, tecnologias e materiais aplicados durante seu desenvolvimento, que custam altas horas de investimentos em pesquisas e soluções.
E a tecnologia, por meio da automação, pode ser uma grande aliada para mudar a triste realidade da insegura mobilidade brasileira, resultando em mais segurança para os ocupantes e pedestres.
Segundo relatório de acidentes rodoviários da CNT divulgado em 2022, entre 2007 e 2022 foram cerca de 2 milhões de acidentes, uma média de 7 acidentes a cada 10 quilômetros de rodovia, sendo que 60% são do tipo colisão e 45% das mortes ocorrem com automóveis. A triste estatística revela que a cada 100 acidentes com vítimas, 10% são fatais.
A principal causa de acidentes em rodovias federais brasileiras são resultados da reação tardia ou ineficiente do condutor, representando 12,5% do total.
É justamente nessas situações que o ADAS (Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista) – conjunto de tecnologias que recorre a softwares e sensores capazes de alertar motoristas e até mesmo agir em casos em que um acidente pode estar prestes a acontecer – atuam para minimizar ou evitar os efeitos de um acidente.
E já para você entender a importância do ADAS, um estudo sobre a contribuição do sistema nas ruas, estradas e rodovias nos próximos 30 anos para a prevenção de acidentes, redução de feridos e mortes no trânsito, voltado para o mercado norte-americano, considerando a base histórica de acidentes entre 2017 e 2019, revelou que a tecnologia pode evitar até 37 milhões de acidentes e cerca de 14 milhões de feridos, salvando 249 mil vidas, uma redução de 16% no número de acidentes com feridos e de 22% com vítimas fatais.
Entre os principais recursos considerados para essa redução nas fatalidades temos a frenagem automática de emergência, assistência de manutenção de faixa e detecção de ponto cego.
Para entender melhor esses recursos e tecnologias, tive a oportunidade de participar de um encontro promovido pela ZF América do Sul, abordando de forma clara e objetiva as perspectivas brasileiras e globais na automação automotiva.
Andrew Whydell, vice-presidente de planejamento de produto e estratégia para sistemas de veículos do Grupo ZF e Plinio Casante, responsável pela engenharia e Operações da ZF América do Sul, mostraram como as tecnologias em segurança podem contribuir para uma realidade de mobilidade mais segura.
A evolução da automação da direção possui seis níveis considerando a norma SAE J3016 ADAS, desde SAE Nível Zero (sem automação) até SAE Nível 5 (automação total do veículo). Ela serve como a referência mais citada do setor para recursos de veículos automatizados.
Nível 0 – Sem automação de direção — Fornecem apenas avisos ou assistência momentânea, por exemplo: avisos de saída de faixa;
Nível 1 – Assistência ao motorista (por exemplo, controle de faixa, controle de distância);
Nível 2 – Automação de direção parcial (combinação dos níveis 0 e 1 para mãos ou pés livres — comumente utilizado nos veículos de luxo atuais.
Nível 3 – Automação de direção condicional — Veículos que podem ser dirigidos, em algumas condições, por exemplo, em engarrafamentos, sem a supervisão do motorista e que começam a chegar ao mercado agora.
Nível 4 – Alta automação de direção, que faz com o que motorista não precise se envolver na condução, mas para uso em áreas limitadas;
Nível 5 – Automação de direção completa — Condução completamente autônoma, sem intervenção do motorista e em qualquer área.
A ZF considera que até 2025 cerca de 75% dos veículos no mundo todo tenham algum nível de sistema ADAS, como, por exemplo, a frenagem autônoma de emergência e até 2035, metade dos veículos tenham sistemas de assistência ao motorista avançados, por exemplo, com algum nível de capacidade de direção, com as mãos livres. A ZF está desenvolvendo uma ampla gama de tecnologias ADAS.
Presente em 32 países e 168 unidades produtivas ao redor do mundo, a ZF é uma empresa global que possui cerca de 164 mil empregados, investiu ano passado mais de 3,4 bilhões de Euros em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e…
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