As incertezas em torno da abrangência e da duração do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas devem levar a uma onda de aversão ao risco nos mercados financeiros globais
O morning call de hoje indaga como o mercado por aqui vai reagir diante do ataque no Sul de Israel que levou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a colocar o país oficialmente em guerra. Aliás, a decisão do primeiro-ministro autoriza formalmente “a tomada de medidas militares significativas”, disse o gabinete de Netanyahu em comunicado. “A guerra que foi imposta ao Estado de Israel em um ataque terrorista assassino da Faixa de Gaza começou às 6h de ontem”, disse.
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Impactos do conflito entre Israel e Palestina
As incertezas em torno da abrangência e da duração do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas devem levar a uma onda de aversão ao risco “fortíssima” nos mercados financeiros globais nesta segunda-feira (9), afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho. Além disso, os Estados Unidos comemoram nesta segunda o feriado de Columbus Day. Entretanto, apenas o mercado de Treasuries estará fechado.
Nos Estados Unidos (EUA) e Europa, os mercados futuros já dão o tom do humor do mercado nas primeiras horas desta segunda-feira. Às 7h30:
- Nos EUA, os futuros de índices de ações caíam. Os contratos vinculados ao S&P 500, ao Nasdaq-100 e ao Dow caíam cerca de 0,5%;
- Por outro lado, o dólar e o ouro subiam. Ambos os ativos são investimentos nos quais os investidores tradicionalmente procuram segurança em momentos de tensão no mercado;
- Os preços do petróleo e do gás também subia na manhã desta segunda. Assim, o contrato mais negociado para o petróleo Brent subia quase 3%, sendo negociado perto de US$ 87 o barril. A referência europeia para o gás natural subia 8%. Os títulos europeus de renda fixa também estão se valorizando;
- O mercado de títulos dos EUA está fechado devido ao feriado Columbus Day.
Como o mercado brasileiro pode reagir?
Segundo Velho, a perspectiva é de corrida ao dólar e fuga da renda variável tanto no exterior como no Brasil. Por aqui, as taxas de juros curtas devem subir na esteira do avanço das cotações internacionais do petróleo e da depreciação do real, que pressionam a inflação no curto prazo. Ao longo da semana, contudo, o chamado movimento de “fuga para a qualidade” pode promover arrefecimento das taxas dos Treasuries. E, por tabela, queda dos juros futuros longos no Brasil.
“Em movimento típico de aversão ao risco por problema financeiro ou macroeconômico, dólar sobe, enquanto bolsas e commodities caem. Mas como essa guerra pode mexer com países exportadores de petróleo, como Irã, deve haver uma alta forte das cotações da commodity”, diz Velho.
Os indicadores que serão divulgados ao longo da semana podem perder um pouco de sua relevância na formação de preços, caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro e a ata do mais recente encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Ambos os dados saem na quarta-feira (11), além do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em setembro nos EUA, que será conhecido na quinta-feira (12).
Antes do ataque, na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,78%, a 114.196,63 pontos. Isso depois de ter batido a mínima de 111.598,57 pontos. O índice fechou a semana em queda de 2,06%. No mesmo pregão, o dólar desceu 0,14%, a R$ 5,1622. Na máxima, no começo daquele dia, o dólar chegou a R$ 5,22.
Como sempre ocorre, as bolsas da Ásia podem ser um termômetro do que vai ocorrer por aqui. Vamos aos fechamentos por lá no morning call desta segunda-feira.
Bolsas da Ásia no Morning Call de hoje
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