Novembro foi um mês de grandes resultados para o Ibovespa, que acumulou alta de 12,54% — o maior ganho mensal desde novembro de 2020. Mas algumas ações tiveram um desempenho ainda melhor que o do índice, como o Magazine Luiza (MGLU3).
Os papéis da companhia saltaram mais de 51% no período. Outros nomes do varejo também registraram fortes ganhos em novembro, em meio às expectativas com a Black Friday e alívio nas taxas de juros nos Estados Unidos, além da continuidade de cortes na taxa básica de juros brasileira, a Selic.
Confira as maiores altas do mês
CÓDIGO | NOME | ULT | VARMES |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 2,02 | 51,88% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 9,72 | 50,46% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 16,42 | 46,35% |
CMIN3 | CSN Mineração ON | R$ 7,16 | 43,20% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 14,66 | 37,39% |
Já na ponta negativa do Ibovespa, a volatilidade do petróleo no mês motivada pela cautela com os desdobramentos do conflito entre Israel e Hamas, no Oriente Médio, e incertezas sobre a demanda da commodity, pressionaram as ações das petroleiras brasileiras.
Os investidores de Cemig (CMIG4) também ficaram mais cautelosos, mas por outro movito: a possível federalização da companhia em troca de “abatimento” de dívidas do Estado de Minas Gerais com a União.
Confira as maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | ULT | VARMES |
RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 29,98 | -7,58% |
PCAR3 | GPA ON | R$ 3,35 | -7,46% |
SMTO3 | São Martinho | R$ 33,12 | -6,57% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 11,07 | -5,71% |
RECV3 | PetroReconcavo ON | R$ 19,80 | -4,53% |
O que impulsionou as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e de outras varejistas?
De volta ao salto do Magazine Luiza (MGLU3) na bolsa, a companhia é a que registra o maior desempenho entre as três principais varejistas online listadas na B3. Mas as concorrentes, Casas Bahia (BHIA3) e Americanas (AMER3), também sobem forte.
Vale destacar que a disparada recente ainda está longe de apagar a forte queda acumulada das ações no ano. E, exceto pelas Americanas, que enfim conseguiu divulgar os balanços atrasados e avançou no acordo com os credores dentro do processo de recuperação judicial, nenhuma das varejistas teve muito o que celebrar recentemente, pelo contrário.
Porém, o desempenho das gigantes do varejo na B3 foi na contramão das notícias corporativas nem tão animadoras assim, especialmente após os balanços trimestrais mais fracos que o esperado e a frustração com o faturamento na Black Friday de 2023.
Um dos fatores que explica a trajetória oposta ao noticiário é que o setor de varejo é um dos segmentos mais sensíveis aos fatores macroeconômicos, como inflação e a trajetória dos juros — daqui e dos Estados Unidos.
A maior economia do mundo começou a sentir um processo de desinflação, o que reforçou, entre outros fatores, a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já atingiu o patamar mais elevado do aperto monetário.
Com o alívio na maior economia do mundo, a expectativa é que a Selic mantenha o ritmo de corte nos próximos meses e se aproxime de uma taxa terminal abaixo dos dois dígitos no fim do ciclo de reduções dos juros. Nos cálculos da Rio Bravo, o Copom pode atingir uma Selic de 9,25% ao final de 2024.
Em declarações recentes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou as expectativas de que o ciclo de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic deve continuar nas próximas reuniões.
E, por consequência, os ativos cíclicos — que são mais sensíveis aos fatores macroeconômicos — ganham impulso na B3.
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Para gestores que analisam o setor, o desempenho recente dos papéis também pode ter se tratado de um movimento técnico, explicado pela (des)montagem de posição em empresas como o Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3).
Isso porque, por serem empresas mais endividadas durante o período de alta dos juros no Brasil, muitos investidores e fundos saíram das ações — ou até mesmo apostaram contra as ações das varejistas na B3.
Dessa forma, com ventos macroeconômicos mais favoráveis para o setor e com resultados ruins, mas ainda acima das expectativas — que estavam…
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