Só uma macumba arriada pelo gabinete do ódio em algum recanto do Planalto pode explicar os desacertos da agenda de final de ano de Lula. O presidente havia se equipado para chegar ao Natal em triunfo internacional. Os planos incluíam uma passagem apoteótica pela COP28, um fechamento redentor do acordo entre Mercosul e União Europeia e a promessa de que o G20 teria um 2024 glorioso presidido pelo Brasil. Deu errado.
Dispondo de indicadores para liderar a COP28 pelo exemplo da redução do desmatamento na Amazônia, Lula teve recaídas petrolíferas. Podendo se concentrar no Plano de Transformação Ecológica da dupla Haddad-Marina e na proposta brasileira de criação de um fundo para financiar florestas tropicais em pé, Lula poluiu o ambiente com o acordo Mercosul-União Europeia. Ganhou uma cotovelada do amigo francês Emmanuel “Totalmente contra” Macron.
A caminho de um encontro cujo mote é a descarbonização, Lula fez escala na Arábia Saudita, campeã mundial na produção de petróleo. Mal desembarcou na cúpula climática e seu ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou o ingresso do Brasil na Opep+, puxadinho do cartel do óleo. “Vou lá, escuto e falo. Não vamos apitar nada”, disse Lula ao confirmar a novidade. O companheiro Jean Paul Prates jogou no ventilador o plano de inaugurar uma Petrobras Arábia. “A cabeça dele é muito fértil”, declarou Lula ao desmentir a ideia das mil e uma noites.
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