Os índices futuros de Nova York amanhecem no campo negativo nesta segunda-feira (4), à medida que os mercados diminuem o ímpeto da recuperação da semana passada, antes de novos dados que podem mostrar se as expectativas dos investidores em relação aos cortes nos juros são exageradas.
O destaque fica para relatório de emprego (payroll) nos EUA de novembro, com divulgação para sexta-feira (8). Economistas consultados pela Dow Jones esperam que a economia tenha acrescentado 190 mil novas vagas de emprego.
Além do payroll, o produto interno bruto (PIB) do terceiro trimestre da Zona do Euro e do Japão serão conhecidos.
Por aqui, o principal dado econômico da semana será, sem dúvidas, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O Bradesco tem expectativa de queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior, apresentando a primeira queda de atividade econômica desde o segundo trimestre de 2021.
No campo político, a expectativa é de continuidade da agenda intensa que o Congresso tem apresentado nas últimas semanas. A votação de vetos presidenciais pelo Congresso deverá ter lugar assim como as discussões sobre o projeto de subvenções do ICMS.
A votação dos vetos está marcada para próxima quinta-feira (7) e é possível que seja contestado o veto do presidente que derrubou a prorrogação das desonerações da folha de pagamento. Além disso, deverá constar na pauta a votação final do Senado sobre tributação das atividades de apostas online.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA caem nesta manhã de segunda-feira (4), apagando parte dos ganhos da semana passada depois do S&P500 renovar máximas do ano na sexta, impulsionado pelas apostas cada vez mais maiores que a taxa de juros americana permanecerá parada na sua próxima reunião de política monetária e começará a cair no próximo ano.
S&P500, Dow Jones e Nasdaq índices registraram seus quintos ganhos percentuais semanais consecutivos. Na quinta-feira, eles encerraram um mês marcante em que os índices S&P 500 e Nasdaq registraram seus maiores ganhos percentuais em um mês desde julho de 2022, e o índice Dow Jones fechou em seu nível mais alto desde janeiro de 2022.
Em fala na sexta, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reconheceu a necessidade de o banco central norte-americano de “avançar com cuidado” em meio a sinais de desaceleração econômica, à medida que os riscos de aperto excessivo e insuficiente de sua política monetária estão se tornando mais equilibrados.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), -0,10%
- S&P 500 Futuro (EUA), -0,17%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,18%
Ásia
Os mercados acionários da Ásia não tiveram sinal único, nesta segunda-feira, mas houve perdas em Xangai e também em Tóquio.
A Bolsa de Xangai fechou em queda de 0,29%, em 3.022,91 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,34%, a 1.968,48 pontos. Ações de incorporadoras e farmacêuticas estiveram sob pressão.
O índice Nikkei, do Japão, registrou baixa de 0,60%, a 16.830,30 pontos. A força do iene foi negativa para ações de exportadoras japonesas. Toyota Industries e Denso estiveram entre as mais pressionadas, com baixas de 5,2% e 3,3%, respectivamente.
O índice Kospi, da Bolsa de Seul, foi na contramão da maioria e subiu 0,40%, a 2.514,95 pontos. Ações de empresas ligadas a baterias e também ao transporte marítimo de cargas puxaram o mercado local para cima. Entre as empresas do segmento de baterias para veículos elétricos, Posco Futuro M e SK ie Technology subiram 11% e 15%, respectivamente, após os EUA anunciarem nova diretriz para limitar conteúdo chinês em baterias para o recebimento de créditos tributários americanos. HD Hyundai Heavy Industries ganhou 3,8%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou baixa de 1,09%, a 16.646,05 pontos, em meio a preocupações com a economia da China, antes de mais indicadores previstos para esta semana. O Goldman Sachs avalia que o mercado teve reação tímida a medidas recentes de relaxamento de Pequim, por acreditar que isso não será suficiente e questionar seu impacto.
- Shanghai SE (China), -0,29%
- Nikkei (Japão), -0,60%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -1,09%
- Kospi (Coreia do Sul), +0,40%
- ASX 200 (Austrália), +0,73%
Europa
Os mercados europeus operam ligeiramente em baixa na sessão de hoje, em meio a uma aparente pausa na recente recuperação global, com os investidores apostando em cortes nas taxas de juros dos principais bancos centrais em 2024.
O Stoxx 600 opera no vermelho, com as ações de mineração caindo 2,1% para liderar as perdas, enquanto as ações de petróleo e gás caíram 1,8%.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,55%
- DAX (Alemanha), +0,01%
- CAC 40 (França), -0,39%
- FTSE MIB (Itália), -0,24%
- STOXX 600, -0,18%
Commodities
Os preços do petróleo operam com baixa, com a incerteza sobre os cortes voluntários da produção da OPEP+ e o crescimento da procura global de combustíveis trazendo incertezas para o setor.
As cotações do minério de ferro na China fecharam em queda, enquanto os futuros em Singapura sobem.
Os dois valores de referência geralmente movem-se em conjunto, mas podem dissociar-se, especialmente quando Pequim manifesta descontentamento com os ganhos de preços da principal matéria-prima do aço, como aconteceu nas últimas semanas.
- Petróleo WTI, -1,19%, a US$ 73,19 o barril
- Petróleo Brent, -1,22%, a US$ 77,92 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 1,14%, a 958,00 iuanes, o equivalente a US$ 135,34
Bitcoin
- Bitcoin, +5,19% a US$ 41.669,64 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda da semana tem como destaque o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O Bradesco tem expectativa de queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior, apresentando a primeira queda de atividade econômica desde o segundo trimestre de 2021.
Antes disso, na segunda-feira, o Banco Central apresentará nota à imprensa sobre transações correntes e de IDP (Investimentos diretos no país), com números de outubro. O Bradesco projeta queda de US$ 500 milhões para as transações e avanço de US$ 4 bilhões no IDP.
No dia seguinte, será apresentado o Indicador Antecedente de Emprego, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de novembro, enquanto o BC trará também dados da política monetária e operações de crédito. Na terça, será divulgado também o Índice PMI composto pelo IHS Markit.
Nos EUA, os dados de folha de pagamento (payroll) serão apresentados juntamente com a taxa de desemprego na sexta-feira. Para criação de vagas, o consenso LSEG estima 200 mil enquanto o percentual de desempregados deverá ficar em 3,90%, de acordo com a projeção.
Esses não serão os únicos dados apresentados sobre o mercado de trabalho norte-americano uma vez que os números de geração de vagas de trabalho na pesquisa ADP serão divulgados quarta-feira. A estimativa LSEG está em 120 mil novas vagas.
Na quarta, a balança comercial de novembro será divulgada e, no dia seguinte, o Fed trará sua apuração sobre o crédito ao consumidor, com dados de outubro.
No exterior, a semana começa com a divulgação da balança comercial da Alemanha, com números de outubro, enquanto a Zona do Euro apresenta os dados de confiança do consumidor. Na China, na segunda-feira, será conhecido o Índice PMI Composto – Caixin.
Brasil
8h25: Boletim Focus
8h30: Transações correntes
12h: Variação nos pedidos fabris
14h: Discurso do presidente do BC, Roberto Campos Neto
16h: Campos Neto fará palestra no Seminário “25 anos da Lei nº 9.613, de 1998: evolução do sistema brasileiro de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa (PLD/FTP)”
EUA
11h: Estoques no atacado
3. Noticiário econômico
“Se não tiver acordo, paciência”, diz Lula, sobre Mercosul e UE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no domingo (3), que caso não haja o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), não foi por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. No sábado (2), Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar com a negociação.
“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer uma acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que temos coisas pra vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio”, disse Lula.
4. Noticiário político
PEC que restringe poderes do STF deve ficar para 2024
Faltando apenas três semanas do recesso parlamentar, a Câmara pode adiar para o ano que vem a análise do projeto alternativo à proposta de emenda constitucional (PEC) que limita os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF)….
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