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Cohen não inverteu as palavras “áudio” e “visual” só por diversão: pode-se dizer que a nova economia da música digital e da mídia exige isso.
Hoje em dia, acontece o contrário. As margens do streaming são muito mais baixas do que as das compras físicas e, embora a colocação nas playlists principais possa proporcionar a uma faixa receitas adicionais de seis dígitos, muitas gente na indústria vem expressando desilusão quanto à eficácia da estratégia para o aumento da base de fãs no longo prazo. Por isso, os artistas estão incorporando cada vez mais vídeos e outros recursos visuais não só a seus processos criativos, mas também a seus modelos de negócios desde o início de um projeto, recorrendo aos públicos cativos de plataformas como Instagram, YouTube, TikTok e até Netflix para receberem apoio.
“Mesmo que não haja nada como a MTV atualmente, os vídeos hoje são mais importantes do que nunca porque todo mundo está segurando um smartphone.” Foi o que me disse Dre London, empresário de Post Malone e fundador da London Entertainment. “A maioria das pessoas do mundo todo acessa o YouTube assim que ouve uma música de que gosta. Os vídeos mostram os artistas de uma forma diferente de um show ao vivo. E você precisa registrar direito, senão acaba ficando com o visual errado na internet para sempre.”
Na realidade, a música desempenha um papel crucial em convencer os capitalistas de risco a respeito do potencial que o vídeo tem de fazer crescer os negócios de consumo em todos os setores. Por exemplo, em postagem de blog recente sobre o futuro das startups voltadas ao consumidor, Andrew Chen, sócio geral da Andreessen Horowitz, escreve que o vídeo é “a nova tecnologia em escala”. Para respaldar seu argumento, ele cita apropriadamente o fato de que, enquanto o vídeo de “Gangnam Style”, lançado por Psy em 2012, levou quase cinco anos para chegar a três bilhões de visualizações, o vídeo do sucesso latino “Despacito”, lançado em 2017, realizou a mesma façanha em apenas um ano.
À medida que o panorama da tecnologia de vídeo continue a evoluir e se expandir em 2019, o mesmo acontecerá com os benefícios e desafios criativos que ela apresenta à indústria da música. Abaixo estão quatro aspectos nos quais o ramo de videoclipes mudará este ano, ao longo dos eixos de estética, distribuição e monetização – com exemplos específicos de artistas que já estão fazendo diferença:
1. Eles serão transmitidos por streaming ao vivo
Em sua forma mais poderosa, a música estimula conexões emocionais compartilhadas – seja virtualmente, entre um artista e um fã em uma plataforma de streaming, seja pessoalmente, entre uma produção de palco completa e dezenas de milhares de fãs em um estádio. Para muitos artistas, os eventos ao vivo também constituem uma fonte de receitas mais lucrativa do que a música gravada, já que uma canção pode levar alguns anos para recuperar suas despesas em um cenário no qual o streaming vem em primeiro lugar (isso quando recupera).
Artistas de primeira linha vêm defendendo repetidas vezes a tese de que seus fãs anseiam por esses eventos compartilhados tanto virtual quanto presencialmente, sobretudo se os próprios artistas estiverem no…
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