SÃO PAULO – Mesmo em meio à recuperação nesta segunda-feira (25) do Ibovespa, o quadro para o benchmark da Bolsa brasileira não é nada positivo no ano.
O índice registrava a maior perda em dólares em 2021 entre os principais índices de ações do mundo, com a baixa sendo intensificada em meio à preocupação com o fiscal com a manobra acertada entre governo e Congresso para ampliar o teto de gastos.
Até a última sexta, cabe ressaltar, a moeda americana acumulava alta de 3,35% no mês e de 8,50% no ano, fechando o último pregão cotada acima dos R$ 5,60 (confira o que esperar para o câmbio clicando aqui).
Masterclass
As Ações mais Promissoras da Bolsa
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita
No acumulado do ano até o fechamento de sexta-feira (22), a queda do Ibovespa é de 19% em dólares. Essa queda chama ainda mais a atenção se comparada ao desempenho dos índices americanos, com o S&P500 em alta acumulada de 21%, enquanto o Nasdaq e o Dow Jones também registravam ganhos expressivos até a última sessão.
Confira o desempenho acumulado do ano dos principais índices até a sessão da última sexta-feira (22):
Conforme destacam em relatório Fernando Ferreira e Jennie Li, estrategistas da XP, o indicador de preço sobre lucro (P/L) de 12 meses adiante do Ibovespa em 8 vezes já é o menor desde 2008. O prêmio de risco que a Bolsa paga hoje em relação à Renda Fixa (“Equity Risk Premium“) no Brasil já está em 7%, bem acima da média histórica de 4,9%.
Continua depois da publicidade
Apenas na semana passada, a queda do índice foi de 7,3% em reais e de quase 12% em dólares. Mas a semana não teve somente a Bolsa caindo 7%, mas também uma forte elevação nos mercados de dólar-real para acima de R$ 5,75 (fechando a semana em R$ 5,65) e dos juros futuros (CDI), que chegaram a subir 1,15% e avançaram acima de 12% ao ano nos vértices mais longos, como o janeiro de 2031.
Confira abaixo o desempenho dos índices de Bolsa e dos juros no Brasil na última semana:
Conforme destacam os estrategistas, as notícias da flexibilização no teto de gastos foram muito mal recebidas pelo mercado. Assim, apesar do valor anunciado de R$ 30 bilhões excedentes ser pequeno frente ao tamanho do orçamento do governo, a mudança nas regras vigentes via a PEC dos Precatórios sugere ao mercado que esses gastos extras não devem parar por aí, avaliam.
“Ou seja, o mercado passou a enxergar que, na prática, não existe mais o teto de gastos. De agora em diante, o entendimento do mercado é que quaisquer despesas extras que ficarem acima do limite do teto de gastos poderão ser flexibilizadas da mesma maneira. Em relação ao programa temporário, como o governo anunciou, isso também não foi algo que o mercado comprou, pois um governo que começará um mandato em 2023 dificilmente extinguirá um programa social temporário no seu primeiro ano de mandato. Por isso a elevação das taxas de juros após 2022-2023”, apontam Ferreira e Jennie.
Segundo eles, enquanto os juros elevados trazem muitas oportunidades ao investidor obter altos retornos na renda fixa e com baixo risco, eles também são deletérios para a economia e para as…
Read More: Ibovespa cai 19% em dólar no ano e tem pior desempenho entre principais índices