Os números foram fracos, mas as ações sobem. O movimento de ações neste sentido não é tão incomum durante a temporada de balanços mas, mesmo assim, intrigam muitos investidores.
Nesta sexta-feira (4), o movimento aconteceu particularmente com duas ações de consumo e varejo, Lojas Renner (LREN3) e Alpargatas (ALPA4), que divulgaram resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23) longe de empolgar os investidores, ainda que ALPA4 tenha perdido o fôlego no fim da sessão.
Os ativos LREN3 saltaram 5,77%, a R$ 19,62, enquanto ALPA4 fechou em alta de apenas 0,89%, a R$ 9,09, mas ainda no positivo em uma sessão volátil. As ações ALPA4 saíram de uma queda de 6,88% no início do pregão para uma forte alta durante a tarde, que chegou a ser de 5,33%, para depois amenizar na reta final do pregão. Já na máxima do dia, LREN3 chegou a subir 8,63%.
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Um primeiro motivo para explicar esse movimento é a avaliação de que os números mais fracos já eram esperados e refletidos no desempenho das ações, não só nos últimos dias, como nos últimos meses.
No acumulado de 2023, as ações da Lojas Renner registram queda de cerca de 2%, enquanto a Alpargatas tem queda bem mais expressiva, de 38%. Em relatório desta semana, antes da divulgação de resultado, o Bradesco BBI destacou que, apesar de esperar números fracos, já avaliava como precificado, com queda de cerca de 9% nos últimos dois meses.
Apenas na véspera, as ações da Renner tiveram queda de 2,37%, enquanto as da Alpargatas tiveram baixa de 5,26% (após rebaixamento para neutro ontem pelo JPMorgan).
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Outro ponto é a expectativa de melhora nos próximos trimestres.
No caso da Renner, o braço financeiro Realize foi novamente o destaque negativo, mas houve indicações positivas em outras frentes.
No braço de varejo, os números ficaram praticamente em linha com as estimativas, mas com sinais de recuperação para o terceiro trimestre, de acordo com a administração da companhia, segundo apontou o Itaú BBA.
A margem bruta de varejo caiu 220 pontos-base ao ano, para 53,9%, devido a descontos mais altos. Já nos próximos trimestres, conforme ressaltou o BTG, esperam-se custos de matéria-prima mais baixos, câmbio mais favorável e níveis de estoque mais normalizados, o que deve impulsionar as margens.
Já a Realize não atingiu as estimativas do Itaú BBA ao reportar um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) negativo de R$ 54 milhões, afetado por uma piora nos indicadores de inadimplência.
Em relatório antes da abertura do mercado, o BBA destacou: “apesar dos resultados fracos, esperamos que os investidores se concentrem no discurso da empresa sobre suas perspectivas de curto prazo. Esperamos que os resultados no braço de varejo (a operação-chave do grupo) melhorem no segundo semestre, mas estamos preocupados que a situação da Realize possa se tornar ainda mais desafiadora”, ponderou.
De qualquer forma, apontou ver LREN3 como a ação mais assimétrica em seu atual universo de cobertura de varejo, recomendando compra para o papel, com preço-alvo de R$ 27 ao fim de 2024.
Para o…
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