Isenção a compras internacionais de até US$ 50 elevando competição, rumores sobre a entrada de um possível concorrente internacional no Brasil…
O noticiário sobre varejistas tem sido movimentado e considerado negativo, ofuscando parcialmente possíveis visões positivas com o início do ciclo de queda de juros no Brasil já em agosto.
Com isso, apenas no acumulado do mês de julho (até o fechamento do último dia 12), as ações de Magazine Luiza (MGLU3) caem 11,57%, Via (VIIA3) tem baixa de 8,84%, Lojas Renner (LREN3) cai 7,15% e o Grupo Soma (SOMA3) tem baixa de 6,67%, entre as maiores quedas do Ibovespa no mês.
Masterclass
As Ações mais Promissoras da Bolsa
Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita
O principal fator de temor no momento é a definição, anunciada no fim de junho pelo governo, de novas regras para a taxação de compras internacionais: não será cobrado o imposto de importação para compras online de até US$ 50, desde que as empresas entrem no programa Remessa Conforme, da Receita Federal, e recolham tributos estaduais.
Nos últimos dias, ganhou destaque no mercado um relatório do Bank of America (BofA) rebaixando a recomendação não somente para Magalu e Mercado Livre (MELI34, no caso deste, rebaixando a recomendação da ação negociada na Nasdaq) de “compra” para “neutro”, mas também para a Multi (MLAS3), justamente considerando os efeitos da isenção.
Além disso, o banco cortou em 70% o preço-alvo de Marisa (AMAR3), sendo que a ação já contava com recomendação de “venda”. No fim de junho, o mesmo BofA já havia cortado a recomendação para Lojas Renner de “compra” para “neutro”.
Continua depois da publicidade
Segundo os analistas que assinam o relatório, os mais otimistas sugerem que as implicações da isenção serão tão grandes que ela deve ser revertida ou mitigada, sendo que já há atuação de entes do setor para isso. Por outro lado, o governo pode retardar a volta dessas medidas, até que algum dano mais evidente para a economia apareça.
Além de Mercado Livre, Magalu, Marisa, Multi e Renner, a equipe de análise do BofA aponta que Alpargatas (ALPA4), Arezzo&Co (ARZZ3), Hypera (HYPE3), Lojas Quero-Quero (LJQQ3), Natura (NTCO3), Petz (PETZ3), Soma (SOMA3), Track&Field (TFCO4) e Via (VIIA3) também serão afetadas.
Enquanto o BofA vê o impacto da medida do governo para o setor como um todo, outras casas veem uma ameaça mais forte para alguns segmentos, com destaque para o de vestuário ligado ao fast fashion, conforme visões do Citi e do Morgan Stanley.
Em conversas com players do setor (varejistas e associações de varejistas), o Citi aponta que tem observado uma reação sem precedentes, com todas as empresas do varejo pressionando o governo para reverter a decisão, pois ela pode prejudicar estruturalmente a indústria doméstica do país.
“Continuamos acreditando que, se a isenção for de fato mantida, veremos uma pressão competitiva contínua para os players de fast fashion, especialmente Renner e C&A. Isso ocorre porque a principal plataforma estrangeira – ou seja, a plataforma de ‘ultra fast fashion‘ Shein – vem conquistando imenso reconhecimento de marca nos últimos dois anos”, avalia o banco.
Para o Mercado Livre, o…
Read More: 7 questões que têm abalado as varejistas na Bolsa (e o que esperar para as