Do lado do Mercosul, a presidência será assumida pelo Paraguai, que já deixou claro que o acordo não seria uma prioridade. Um dos argumentos é que a questão ambiental imposta pelos europeus não agradaria ao país.
Segundo negociadores, se o presidente Lula de fato quiser um acordo, terá de conversar com as autoridades paraguaias para convencer o vizinho a tocar o diálogo com os europeus.
Do lado de Bruxelas, as eleições para o Parlamento Europeu devem também frear o processo, já que poucos serão os comissários e mesmo equipes negociadoras que estarão dispostas a fazer concessões em um período de campanha.
Lula tinha a ambição de fechar o acordo ainda na presidência brasileira no Mercosul, que se encerra na quinta (7). A gestão de Jair Bolsonaro havia fechado um entendimento ainda em 2019, mas o processo ficou paralisado diante da recusa da Europa em aceitar a política ambiental do governo de extrema direita no Brasil.
Com a troca de governo no país, foi retomada a esperança de que o processo poderia caminhar — mas, uma vez mais, as o ritmo de negociações foi abalado por diferenças de entendimento em áreas como clima, compras governamentais, SUS e política industrial.
Houve um certo otimismo em outubro, quando as negociações pareciam avançar. A vitória de Javier Milei na Argentina, no entanto, abriu um período de dúvidas. Os diplomatas de Buenos Aires ampliaram suas reticências sobre o acordo e passaram a alertar que o processo era desequilibrado.
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