SÃO PAULO – A partir de segunda-feira (19) entra em vigor na Bolsa a tão comentada união das operações da Lojas Americanas (LAME3;LAME4) e B2W (BTOW3). A visão geral dos analistas de mercado é positiva sobre as mudanças, mas elas também devem levar a grandes variações nas ações – inclusive de queda nominal para os papéis LAME – e é bom o investidor ficar atento.
Esta sexta é o último dia em que as ações de LAME4 operam representando tanto a operação de lojas físicas da Lojas Americanas quanto a participação de 62,5% da empresa na B2W Digital.
A partir de segunda, os papéis BTOW3 deixam de ser negociados e dão lugar para a AMER3, que representa a nova companhia resultado da união das duas, chamada Americanas S.A.
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A mudança na estrutura acontece da seguinte forma: a Americanas realiza a cisão de suas 1.700 lojas físicas e da fatia na Ame Digital. Essas operações passam a ser da B2W através de uma operação de aquisição, sendo que a B2W passa a se chamar Americanas e terá o novo ticker AMER3.
A Lojas Americanas, mesmo sem os ativos, segue sendo negociada na B3 com os tickers LAME3 e LAME4, sendo um “veículo de investimento” dos acionistas, ou uma “holding” da Americanas, passando a representar uma participação de 38,9% na nova companhia (AMER3). Com isso, os papéis devem sofrer ajuste de modo a refletir o novo valor de mercado companhia.
Para o atual investidor, cabe ressaltar, serão recebidas 18 ações AMER3 para cada 100 papéis de LAME3 ou LAME4 que ele possua – ou seja, ele terá um novo ativo na carteira além de LAME. Mas é importante ter em mente que esses dois ativos da Lojas Americanas continuarão a ser negociados na Bolsa.
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E isso pode gerar alguma confusão com as cotações na segunda-feira. Como explica a equipe de análise da XP, para as ações de Americanas S.A, o preço irá depender agora da reavaliação de múltiplo (EV/GMV, relação entre valor da empresa e o volume bruto das mercadorias vendidas) que o mercado irá atribuir à nova companhia. Já para os papéis de Lojas Americanas, além da reavaliação de múltiplo, os preços dependerão dos descontos entre LAME3 e LAME4 e de holding que o mercado irá incorporar nas ações.
“Em nossa visão, consideramos o atual desconto de holding de cerca de 20% como justo, enquanto não vemos mais motivos para a diferença entre as cotações de LAME4 e LAME3 existir com a efetivação da fusão dado que ambas as classes de ações receberão a mesma quantidade de ações da AMER3”, explicam os analistas.
Queda das ações na segunda?
Por não mais representarem a operação total que hoje está atrelada ao seu negócio, passando a serem negociadas “ex-cisão”, as ações LAME3 e LAME4 devem passar por uma forte queda nominal no próximo pregão, mas o investidor precisa ter em mente que, como irá receber ativos AMER3, o seu retorno não deve ser impactado na mesma proporção.
Um bom exemplo para ilustrar a situação foi o que ocorreu com o Pão de Açúcar (PCAR3), que no dia 1 de março desse ano, caiu 66% com a entrada em vigor da sua cisão com o Assaí (ASAI3). Na ocasião, os acionistas da companhia PCAR3 receberam ativos ASAI3 na estreia, e portanto, não sofreram impacto no seu patrimônio já que…
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