ARREFECENDO AS CHAMAS: A DESACELERAÇÃO ELEGANTE DA INFLAÇÃO NOS EUA
Os mercados aguardam com expectativa a divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos nesta manhã.
Este indicador é o mais relevante da semana para a agenda internacional e pode ser determinante para influenciar o sentimento dos investidores.
Dados abaixo das expectativas poderiam impulsionar os ativos de risco.
Nesse cenário, os ativos europeus e os futuros americanos apresentam alta nesta manhã, em sintonia com o otimismo observado nos mercados asiáticos ao longo da terça-feira, especialmente devido ao encontro entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, agendado para a noite de hoje.
A ver…
00:31 — Hoje a meta é sua, hoje a meta é nossa, é de quem quiser, quem vier
No Brasil, o ponto central, além de assimilar os inúmeros resultados corporativos divulgados ontem e o dado do setor de serviços para hoje, é a possibilidade de revisão da meta fiscal.
Nesse contexto, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) propôs ontem emendas para alterar a meta fiscal, visando um déficit de até 1% em 2024.
Sinceramente, duvido que isso tenha relevância; apenas evidencia o que já sabíamos, que a ala política, especialmente os parlamentares do PT, é a favor de uma revisão na meta. Isso não traz novidade até o momento.
Seria mais impactante se a emenda viesse de alguém verdadeiramente influente no Congresso ou no partido, mas como não foi o caso, os investidores podem ignorar.
Isso não altera a importância da semana para essa discussão.
Rui Costa, representante proeminente da ala política, defende uma revisão para, no máximo, 0,5% do PIB de déficit para o próximo ano.
Contudo, isso também tem pouca relevância; afinal, estaria provavelmente igualmente incorreto (o déficit deverá situar-se entre 0,75% e 1%).
Devemos ter uma definição disso logo após o feriado, até o final da semana.
O cenário mais provável é que a meta seja mantida até o início do próximo ano, quando teremos os primeiros dados de arrecadação de 2024.
Muitos apontam para o mês de março, quando teremos o relatório de avaliação de despesas e receitas. Eu considero essa previsão plausível.
01:36 — Emissão verde
O Ministério da Fazenda confirmou ontem a emissão de US$ 2 bilhões em títulos sustentáveis, com uma taxa de 6,5% ao ano (um spread implícito em relação à Treasury de referência foi de 180 pontos, típico de países com grau de investimento).
Esta foi a primeira incursão em dólares no mercado internacional com títulos sustentáveis do Tesouro Nacional.
Os títulos, com vencimento em 18/03/2031, foram emitidos ao preço de 98,572% do seu valor de face e, segundo o Tesouro, representam um novo marco na gestão da Dívida Pública, reafirmando o compromisso com políticas sustentáveis e alinhando-se com a expansão do mercado de títulos temáticos.
A demanda pela primeira emissão de títulos soberanos sustentáveis brasileiros superou significativamente o volume emitido, com o livro de ordens atingindo cerca de US$ 6 bilhões.
O menor spread em quase uma década destaca uma via promissora que o Brasil pode explorar nos próximos anos.
02:33 — Uma inflação para chamar de sua
A notícia significativa da sexta-feira foi a revisão para baixo da perspectiva de crédito dos EUA pela Moody’s, que agora está em negativa, com potencial para abalar a confiança do mercado hoje.
Esse movimento poderia ter impactado os rendimentos dos títulos, elevando-os, e causado uma queda nas ações, à medida que os investidores reavaliavam os riscos.
No entanto, isso não foi o primeiro alerta sobre a dívida dos EUA, e os investidores estão mais concentrados no presente.
O efeito, portanto, foi consideravelmente mais contido do que inicialmente previsto. É bastante provável que os investidores tenham conservado sua energia para o dia de hoje.
Hoje, aguardamos o relatório do índice de preços ao consumidor americano, com uma previsão de aumento de 3,3% em outubro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, representando uma desaceleração em relação aos 3,7% do mês anterior.
Excluindo alimentos e energia, espera-se que o índice suba 0,3% em relação ao mês anterior, alinhado com o ganho registrado no mês passado.
Caso os números fiquem abaixo das expectativas, isso poderá animar os investidores. Uma nova pesquisa do Fed de Nova York revelou que as…
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