A 15ª Cúpula do BRICS está programada para acontecer de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo, África do Sul. Seus cinco estados membros – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – devem discutir reforma da governança global, facilitação do comércio e investimento, inovação e desenvolvimento sustentável.
No entanto, uma discussão controversa que muitos estão antecipando é a proposta de uma nova moeda do BRICS. O presidente Lula da Silva anunciou anteriormente que discutiria moedas alternativas para o comércio exterior na cúpula, o que muitos oficiais, profissionais de negócios – e, mais significativamente, traders de forex – estão ansiosos para saber mais.
Esta será a primeira vez que haverá uma discussão oficial sobre essa nova moeda, pois o presidente Lula também planeja falar sobre o assunto na Cúpula do G20 em Nova Deli, em setembro. Diante das discussões sobre essa nova moeda, o que os traders de forex devem saber? Aqui estão algumas coisas a ter em mente antes da 15ª Cúpula do BRICS:
Sobre a proposta da nova moeda
As discussões sobre a nova moeda começaram em abril, durante a visita oficial do presidente Lula à China. Em seu discurso no Banco de Desenvolvimento do Novo, em Xangai – também conhecido como “banco BRICS” – ele mencionou como constantemente se questiona por que todos os países têm que basear seus negócios no dólar americano e não em suas próprias moedas. Aplausos da plateia de dignitários brasileiros e chineses pareciam apoiar sua ideia de criar uma nova moeda, especialmente dada as recentes iniciativas de Pequim para promover o uso do renminbi em negociações transfronteiriças de commodities, a fim de fortalecer o papel da China no sistema financeiro global.
Ainda no mesmo mês, o presidente Lula mencionou novamente essa moeda comum em uma coletiva de imprensa em Madrid com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. Ele comparou essa potencial moeda à criação do euro pelos europeus, justificando sua proposta de ter uma moeda comum para o BRICS.
Planos para lançar a nova moeda
Embora a nova moeda esteja na pauta da próxima Cúpula do BRICS, ainda não houve anúncios sobre seu desenvolvimento e implementação. Para que essa nova moeda se torne algo semelhante ao euro, o BRICS deve primeiro concordar com um mecanismo de taxa de câmbio, ter um mercado financeiro bem regulado e estável e implementar sistemas de pagamento eficientes. Além disso, se o BRICS pretende que essa nova moeda alcance o status de moeda global, será necessário um histórico sólido de gestão conjunta da moeda para provar sua confiabilidade.
Além disso, nenhum dos países envolvidos planeja interromper suas moedas locais. Eles estão mais focados em criar sistemas de pagamento integrados para transações transfronteiriças antes de introduzir uma nova moeda. Dado isso, pode levar anos antes que o BRICS lance sua moeda. No entanto, o tópico está definitivamente na mesa e será discutido na próxima cúpula.
Como essa nova moeda afetará o monopólio do dólar americano
Atualmente, o dólar americano é a principal moeda usada no comércio internacional. Esse estado de coisas se estabeleceu após a Segunda Guerra Mundial, quando Europa e EUA discutiram a instituição de um novo sistema monetário internacional. Na época, os EUA detinham dois terços das reservas mundiais de ouro, que foram usados como padrão por décadas. Com o tempo, o dólar se impôs como a moeda para transações entre os EUA e a Europa. O dólar americano gradualmente ultrapassou outras moedas no comércio internacional, estabelecendo-se como o padrão que muitos países ainda usam hoje.
Isso é demonstrado pelo fato de que a maioria dos pares de moedas no mercado forex – o maior mercado financeiro do mundo – envolvem o dólar americano. Isso inclui os pares mais frequentemente negociados, que o relacionam com o euro, iene japonês, libra esterlina e franco suíço. Alguns pares de moedas secundários, como os que envolvem o dólar de Hong Kong, baht tailandês e yuan chinês, também incluem o dólar americano.
No caso de a nova moeda do BRICS ser estabelecida e se tornar a nova moeda de reserva, o dólar americano verá uma queda na demanda. Isso levaria à desdolarização, reduzindo a dominância do dólar nos mercados globais. Esse processo pode enfraquecer o poder das sanções dos EUA, levando a uma queda no valor do dólar. Empresas e…
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