Por variadas razões, os habitantes abandonaram essas cidades, que haviam demandado grande esforço para serem erguidas, e a natureza reivindicou esses locais ao longo do tempo. Assim, estruturas abandonadas foram gradualmente cobertas por vegetação, areia ou água, transformando essas antigas metrópoles em cenários exuberantes e misteriosos.
Houtouwan na China
Recentemente, um exemplo notável é Houtouwan, uma cidade que foi progressivamente conquistada pela natureza. Na década de 1950, essa vila costeira era habitada por mais de 2.000 pescadores e suas famílias. No entanto, o isolamento gradual da cidade em relação ao continente, juntamente com a redução de oportunidades educacionais e de emprego, levou ao êxodo da população. Em 2002, Houtouwan foi completamente abandonada, e desde então a vegetação tomou conta, transformando-a em um lugar de beleza selvagem.
Kolmanskop na Namíbia
No início do século XX, Kolmanskop, uma cidade diamantífera na Namíbia, era um polo de atividade devido à abundância de diamantes. No entanto, com o esgotamento gradual desses recursos preciosos após a Primeira Guerra Mundial e a descoberta de minas de diamantes mais ricas em outros lugares, a cidade gradualmente foi deixada para trás. A areia do deserto, avançando implacavelmente, tomou o lugar das edificações e habitantes, transformando Kolmanskop em um cenário surreal de edifícios semi-enterrados.
Valle dei Mulini na Itália
Valle dei Mulini, também conhecido como Vale dos Moinhos, é um pitoresco vale medieval que abrigava antigas instalações de moagem de farinha. O primeiro moinho desse vale data do século XIII, mas ao longo do século XX, as pessoas gradualmente abandonaram essas fábricas. A natureza então reafirmou sua presença, deixando as edificações à mercê do tempo. Uma erupção vulcânica, que ocorreu há mais de 35.000 anos, contribuiu para a formação desse vale único.
San Juan Parangaricutiro no México
San Juan Parangaricutiro é muitas vezes comparada à Pompéia moderna. Há oitenta anos, o vulcão Paricutin entrou em erupção, cobrindo a cidade em lava vulcânica. Felizmente, os moradores anteciparam a erupção e evacuaram a cidade a tempo. A lava vulcânica destruiu todos os edifícios, exceto a metade da igreja da cidade, que permanece de pé como um testemunho das forças da natureza.
Okunoshima no Japão
Embora Okunoshima seja agora conhecida como a “Ilha dos Coelhos” no Mar do Japão, sua história é mais sombria. Durante a década de 1925 até a Segunda Guerra Mundial, cientistas japoneses conduziram experimentos com coelhos para desenvolver armas químicas de destruição em massa. Após o fim da guerra, os cientistas partiram, deixando para trás a ilha e seus segredos. Os coelhos encontrados hoje na ilha são considerados descendentes dos coelhos utilizados nesses experimentos.
Ilha Ross na Índia
No ano de 1857, em meio ao movimento de independência da Índia, os britânicos utilizaram a Ilha Ross como uma prisão para conter os envolvidos na revolta. A superlotação e as condições desumanas levaram a muitas mortes causadas por tortura, doenças e experimentos médicos. Essa ilha tornou-se um símbolo sombrio do conflito entre opressão e busca pela liberdade.
Calakmul no México
Calakmul, uma antiga cidade maia, uma vez simbolizou o poder desse império, mas ao longo do tempo perdeu sua grandeza. Secas, doenças e derrotas em conflitos contribuíram para o abandono gradual da cidade após o ano 1000. Hoje, a selva engoliu grande parte da cidade, deixando apenas uma pirâmide como testemunha silenciosa da sua história.
Esses exemplos são lembranças vivas de como a natureza pode eventualmente retomar o que foi construído pela humanidade, criando paisagens intrigantes onde uma vez prosperaram comunidades vibrantes.
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