Em um mês de baixa para o Ibovespa, com o índice encerrando agosto com uma desvalorização de mais de 5% (com uma baixa de 1,53% no último dia do mês em meio a preocupações com o cenário fiscal), poucas ações tiveram destaque positivo, enquanto muitas tiveram baixas expressivas.
Apenas quatro ações do índice tiveram ganhos superiores a 5%. São elas: São Martinho (SMTO3, +7,95%), Vibra (VBBR3, +7,76%), Petrobras PN (PETR4, +6,37%) e Embraer (EMBR3, +5,29%).
Enquanto isso, nove ações caíram mais de 20%. São elas: GPA (PCAR3, -42,39%), Via (VIIA3, -41,20%), Soma (SOMA3, -33,36%), Méliuz (CASH3, -32,33%), Gol (GOLL4, -27%), Carrefour (CRFB3, -25,22%), Petz (PETZ3, -21,71%), Rede D’Or (RDOR3, -20,39%) e Cielo (CIEL3, -20,01%).
Abaixo, destacamos as 5 maiores baixas e as 5 maiores altas do Ibovespa no período. Confira:
Maiores baixas
GPA (PCAR3): queda de 42,39%
Os papéis do GPA registram a maior queda do mês por uma combinação do efeito cisão do Grupo Éxito (EXCO32) – com os acionistas da varejista brasileira também recebendo BDRs da empresa colombiana -, mas também por incertezas sobre a estruturação da companhia.
Na sessão que marcou a cisão das operações da companhia, em 23 de agosto, os ativos caíram 19,39%, respondendo por boa parte do desempenho negativo no mês. Contudo, a queda se seguiu pelos pregões seguintes.
Enquanto a Genial Investimentos destacou a operação como positiva, com potencial para destravar valor para o GPA, nos pregões seguintes outras casas destacaram o ceticismo com a recuperação das operações da varejista.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Depois da separação das operações (e também após os resultados do 2T23), o BTG Pactual atualizou suas premissas e rebaixou a recomendação de compra para neutra na sexta da semana passada. O novo preço-alvo é de R$ 7 por ação para o final de 2024.
Segundo os analistas, embora os esforços da gestão para reestruturar as operações e reformar as lojas (aumentando a produtividade), ainda veem os resultados recentes mostrando uma tendência fraca em suas operações brasileiras (principalmente em termos de rentabilidade), que esperam que continue nos próximos trimestres.
O BTG vê um ambiente mais desafiador para a empresa expandir a receita líquida e as margens no Brasil (abaixo dos níveis históricos), enquanto a alavancagem representa um risco adicional com as perspectivas de juros.
O Goldman Sachs também ajustou suas estimativas e preço-alvo após a cisão do Grupo Éxito, com novo target em 12 meses para PCAR3 de R$ 7,40, seguindo com recomendação neutra para os ativos.
“Embora GPA permaneça altamente alavancada e seus ativos principais estejam em uma recuperação que acarreta riscos de execução, também vemos riscos positivos, como a venda potencial de ativos não essenciais com um prêmio em relação aos valores atuais de mercado, incluindo a participação restante de 13% que a PCAR mantém no Grupo Exito”, ponderou o Goldman.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Via (VIIA3): em baixa de 41,20%
Alta alavancagem combinada a um cenário macroeconômico complicado, finalizando o mês com a notícia de um possível (e já esperado) bilionário aumento de capital.
Esses fatores levaram a mais um mês agitado e negativo para a Via, dona das Casas Bahia e Ponto, que viu seus papéis registrarem forte baixa no período.
No último dia 10, a companhia registrou um prejuízo de R$ 492 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), o que foi visto como decepcionante pelo mercado, que projetava perdas menores para o período (de R$ 432 milhões, segundo o consenso Refinitiv).
Junto com os resultados, em meio à mudança recente do time de executivos, a Via divulgou um fato relevante detalhando seu plano de transformação, com duas principais frentes estratégicas: alavancas operacionais e alavancas de estrutura de capital.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A XP apontou valorizar as iniciativas apresentadas no plano, uma vez que contêm alavancas claras e suas respectivas estimativas de ganhos, alcançando um potencial de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões de Ebitda adicional e R$ 4 bilhões de monetização de ativos.
Além disso, aponta a equipe de análise, a nova estratégia da Via focará nas categorias-chave e mais rentáveis, o que enxerga como positivo. “Entretanto, o mercado pode permanecer cético quanto a outro plano de reestruturação da companhia, em meio a um cenário macro ainda…
Read More: 9 ações caem mais de 20% e só 4 papéis sobem mais de 5%: as maiores baixas e