O Brasil, ao longo dos últimos meses, demonstrou sinais de uma recuperação econômica significativa. O mais novo dado que sustenta essa recuperação é o PIB, que registrou crescimento de 0,9%, uma cifra que superou as previsões do mercado que oscilavam entre 0,2% e 0,3%. Segundo Campos Neto, presidente do Banco Central, este avanço pode ser atribuído, em grande medida, à reforma implementada pelo governo e pelo Congresso. Os efeitos cumulativos começam a surgir. “De fato, após mais de 15 meses de observação, é evidente uma tendência de crescimento positiva, a despeito de um histórico econômico não tão favorável”, disse.
No entanto, um dos principais desafios do país é a inflação. “A tendência é que a inflação continue a crescer, mas é importante notar que essa ascensão é em parte um reflexo estatístico”, disse. Apesar de indicar que o Brasil está próximo ao intervalo de confiança é importante considerar fatores de pressão, como a competição no setor de petróleo, especialmente relacionado à Petrobras. Mesmo que haja esforços para melhorar a situação, os avanços têm sido lentos. “O combate à inflação é essencial, e se não forem adotadas medidas eficazes, corre-se o risco de uma inflação mais alta e persistente”, reforça.
Apesar do alerta sobre inflação, o presidente do BC destaca que é relevante observar a sincronização entre o Brasil e outros países. “Em várias ocasiões, enquanto o Brasil experimentava inflação, outros países não enfrentavam o mesmo desafio. Isso ressalta a singularidade da situação econômica brasileira no contexto global”, disse.
O gasto ponto de preocupação para a inflação é o gasto público. O Brasil tem um crescimento de gastos acima da média, o que demanda uma gestão mais eficiente e alinhada com as demandas sociais. “Além disso, existem discrepâncias entre as projeções do mercado e as metas governamentais em termos de políticas fiscal e monetária. Tal incerteza preocupa os investidores e especialistas, tornando imperativo que as autoridades e o mercado trabalhem em conjunto para uma convergência fiscal e monetária”, pontuou.
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