O programa Voz do Cooperativismo, do jornal O Presente Rural, entrevistou em junho o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, que contou um pouco dos planos, estratégias e a visão da Coopavel sob diversos prismas, como a produção, a preocupação com a gripe aviária e a confiança na defesa sanitária brasileira, a produção de proteína animal e muito mais. Confira alguns trechos da entrevista concedida ao programa Voz do Cooperativismo.
Prefere assistir ao programa em vídeo. É só apontar sua câmera para o QR Code no fim da entrevista. As perguntas para essa matéria jornalística no jornal impresso foram editadas para melhor compreensão do público.
Voz do Cooperativismo – Conte um pouco sobre a sua trajetória, sua vida e como ela está ligada ao cooperativismo.
Dilvo Grolli – Eu nasci em Cascavel. Meus avós, e pais, todos agricultores e pecuaristas, morei por muitos anos chácara e fazenda. A cooperativa para mim é uma extensão da casa, não tive dificuldade em vir para a cooperativa. Um fator que contribuiu bastante para a minha permanência é que eu fiz Administração de Empresas, trabalhei muitos anos em banco, tive facilidade na área financeira porque foi a profissão bancária que me deu isso. Isso é o que vive a cooperativa. Tem que ser de agricultor para agricultor, de pecuarista para pecuarista, mas só isto não basta. Você tem que ter um conhecimento técnico. Para mim foi um engajamento gradativo e natural.
Voz do Cooperativismo – Onde a Coopavel tem investido e onde pretende investir nos próximos anos?
Dilvo Grolli – A Coopavel investiu R$ 367 milhões basicamente em filiais para atender os agricultores cooperados e pecuaristas cooperados, ampliação de nossas agroindústrias e indústrias novas para atender a demanda da cooperativa, mas também na área de logística. Os principais investimentos de 2022 foram centralizados em logística, armazéns para grãos, armazéns de insumos e também agroindústrias. Em 2023 o nosso investimento será menor, entre R$ 200 milhões e R$ 240 milhões, na mesma linha de agroindústrias. Estamos trabalhando fortemente numa nova indústria de bioinsumos, que será uma indústria nova, voltada para dar uma resposta à sociedade nesta área de diminuir o espaço dos químicos na agricultura e na pecuária pelos biológicos.
Voz do Cooperativismo – Algumas das principais atividades da Coopavel, como suinocultura e avicultura, sofreram com o preço dos grãos. Como está esse cenário nesse momento que o senhor almeja?
Dilvo Grolli – Nós temos cinco produtos aqui e o desejo de que nenhum atinja mais do que 25% do faturamento total para que as crises passem à margem da Coopavel. Trabalhamos com 95% do nosso faturamento com valor agregado. Aqueles preços de 2021 e 2022 afetaram toda a cadeia. A avicultura e a suinocultura foram fortemente atingidos pelo efeito do valor de milho e de soja, foram anos que nós atravessamos uma tempestade, quando o preço final do produto não cobria os custos. Vou ser bem claro. Isso pertence ao passado. O ano de 2023 está sendo um ano bom para todos, porque os grãos, mesmos tendo um valor menor, tem liquidez para o produtor. E o valor menor está dando a liquidez que a empresa precisa, liquidez positiva na carne.
Voz do Cooperativismo – Hoje (entrevista feita em junho) a gente a Influenza Aviária como preocupação se chegar aos planteis comerciais. De que forma isso afetaria a avicultura brasileira?
Dilvo Grolli – Eu conheço várias integrações do mundo todo e digo com toda a segurança para toda a sociedade brasileira, nós temos o melhor controle sanitário do mundo. Se não for o melhor, está entre os melhores controles sanitários do mundo não só na avicultura, mas extensivo à agricultura suinocultura… O Brasil está em cima dessa premissa, que é um grande cuidado e um grande conhecimento técnico que nós temos. Não somente os veterinários, os técnicos, mas também esse conhecimento foi levado aos produtores rurais. As empresas integradoras são fortes e sempre tiveram um plano estratégico para não ter problema sanitário nos aviários, nem na logística e nem nos seus abatedouros e até a produto chegar na gôndola do mercado. Pois bem, é a razão para que o Brasil até hoje não tenha influenza aviária. Não é por acaso. Mas se a influenza aviária entrar na avicultura brasileira,…
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