Em 2020, o deputado Goura (PDT) lançou-se candidato a prefeitura de Curitiba “na última hora”, após a desistência do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT). Com isso, acabou concorrendo com uma “chapa pura” diante da impossibilidade de atrair outros partidos para uma aliança. Mesmo assim, acabou com a segunda maior votação, com mais de 100 mil votos, atrás apenas do prefeito Rafael Greca (PSD) – reeleito no primeiro turno com o apoio de uma ampla coligação governista.
Para 2024, Goura espera reescrever essa história, começando desde já a formação de uma frente de partidos do chamado “campo progressista”, que reúne siglas da base do governo Lula. Com essa estratégia, conseguiu a façanha de reunir na mesma mesa dirigentes de sete legendas – além do PDT, o PT, o PSB, o PC do B, o PSOL, PV e a Rede. Pré-candidato novamente, o parlamentar reconhece as dificuldades para a formação dessa frente diante do interesse de cada partido em ter um nome próprio para a sucessão municipal. Mas diz acreditar que se esses e outros partidos desse grupo conseguirem chegar a uma acordo, as chances de emplacar um nome do bloco contra o candidato da situação no segundo turno serão muito maiores. “Pelo menos da minha parte eu vou fazer todos os esforços para a gente poder estar caminhando juntos”, assegura ele.
A conversa com o deputado Goura foi gravada no Estúdio do Bem Paraná e é a terceira de uma série de entrevistas especiais do jornal com os pré-candidatos a prefeito de Curitiba. Ela também está disponível nas principais plataformas de podcasts, como Spotify, Amazon Music e Google Podcast, e também em vídeo, no You Tube.
Bem Paraná – O senhor já se colocou como pré-candidato a prefeito de Curitiba para as eleições do ano que vem, mas ao mesmo tempo tem defendido uma frente de partidos progressistas com um candidato único. Em que pé estão essas conversas?
Goura – Eu pelo PDT, que é o meu partido, atualmente sou presidente do PDT do Paraná. Me coloquei naturalmente como pré-candidato, tendo em vista a conjuntura. Eu fui candidato em 2020, a gente teve um excelente desempenho saindo do meio da pandemia com quase 13% dos votos. Eu coloquei meu nome como pré-candidato obviamente entendendo que a gente ainda está nesse momento de amplas conversas, de diálogos. Eu pessoalmente tenho conversado com vários dirigentes partidários, mandatários, lideranças, para a gente entender também quais são os movimentos desse tabuleiro. O que que cada partido está colocando. A gente está vendo algumas lideranças, pessoas já se colocando também igualmente nessa corrida. E eu acho que o que a gente tem que trazer é o foco para a cidade. A gente discutir a cidade. Eu obviamente busco uma aliança ampla. No sentido de que a gente possa ter uma candidatura forte. Em 2020, fui candidato, mas a gente fez uma chapa pura do PDT tendo em vista o pouco tempo que houve para articulações, para alianças, para ampliar essa coligação. Então acho que agora a gente está correndo um pouco mais com o tempo ao nosso favor, para poder ampliar essa conversa. Mas eu friso que não é apenas uma busca de uma aliança de força política. Eu entendo que é necessário também uma aliança programática de cidade, de visão de cidade, de perspectiva de projeto de cidade. A gente tem conversado com vários partidos.
BP – Recentemente vocês tiveram um encontro reunindo cinco partidos: o senhor pelo PDT, o deputado federal Luciano Ducci pelo PSB; PT, o deputado Arilson Chiorato, além de PCdoB, PV e PSOL, é isso?
Goura – O PSOL e Rede também tem diálogos. Então a gente está nesse leque atualmente de sete partidos. Também há diálogo com o próprio PSDB, com figuras como ex-deputado Michele Caputo que também que sempre se posicionou de forma muito decisiva em questões que eu acho que é. A gente não tem aliança com o fascismo. Não tem aliança com quem é contra a democracia. E não é uma aliança eu diria meramente de esquerda. Eu acho que é uma aliança que pensa a cidade. Que pensa projetos para a cidade, acima de tudo defende a democracia. Então é nesse caminho que a gente quer seguir.
“Ainda é cedo para definir cabeça de chapa”
BP – Vai chegar um momento que vai ter que ter um critério para definir o cabeça de chapa. Quais seriam os critérios?
Goura – Eu acho que ainda é cedo. A gente tem falado de olhar lá na frente os números…
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