O Ibovespa fechou a sessão de hoje (29) em queda de 1,49% aos 114.193,43 pontos, próximo à mínima de 114.162,28. Na máxima, o índice tocou 115.922,45 pontos. O volume financeiro foi de R$ 22,9 bilhões.
O dia de hoje ficou marcado pela divulgação da ata do Copom, que reiterou a tendência de manutenção dos cortes de juros em 0,50% até o final deste ano. Já o IPCA-15 veio abaixo do consenso, mas o que predominou no mercado foi o pessimismo em relação aos juros no Brasil, com a precificação de uma Selic alta por mais tempo. Com isso, o cenário foi de total aversão ao risco: bolsa pra baixo, juros e dólar para cima.
Nos Estados Unidos a sessão não foi muito diferente, com os investidores ainda digerindo um Fed mais hawkish. O rendimento dos treasuries voltaram a renovar máximas de 2007, estabelecendo uma total aversão ao risco por lá também. O índice Nasdaq, que costuma ser o mais sensível à variação dos juros, foi o que mais caiu hoje.
- Dow Jones: -1,14% a 33.618,62 pontos
- S&P500: -1,47% a 4.273,53 pontos
- Nasdaq: -1,57% a 13.063,61 pontos
O dólar à vista fechou em alta de 0,42%, a R$ 4,9871, após oscilar entre R$ 4,9529 e R$ 4,9936.
“A ata do Copom deu indicativos de que o ritmo do corte da taxa de juros no Brasil não será acelerado como alguns analistas projetavam. Segundo o documento, alguns membros do Comitê estão preocupados com os efeitos da desancoragem das expectativas de inflação por um período maior. Externamente, os treasuries americanos continuam sua trajetória de alta, em movimento extremamente prejudicial para os ativos de risco em economias em desenvolvimento, como o Brasil”, analisa Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
Com essa forte aversão ao risco, apenas dez ativos fecharam em alta no Ibovespa hoje. BRF (BRFS3), +2,79% a R$ 9,96, foi o principal destaque, após a Marfrig (MRFG3), +0,29% a R$ 7, aumentar sua fatia na companhia para 40% das ações. Na sequência vieram as ações da Eletrobras: Eletrobras PNB (ELET6), +1,88% a R$ 39,52 e Eletrobras ON (ELET3), +0,92% a R$ 36,20, após a companhia realizar mudanças na diretoria e anunciar resgate antecipado de notas.
Além da aversão ao risco, as principais empresas do índice também foram prejudicadas pelas quedas do minério de ferro e do petróleo. Vale (VALE3) caiu 1,56% a R$ 65,56; Petrobras ON (PETR3) recuou 2,11% a R$ 36,59 e Petrobras PN (PETR4) perdeu 2,10% a R$ 33,53.
No setor bancário, a maior queda foi de BTG Pactual (BPAC11), -2,23% a R$ 30,21. Logo atrás vieram Itaú (ITUB4), -1,48% a R$ 26,60; Banco do Brasil (BBAS3), -1,31% a R$ 45,81; Bradesco (BBDC4), -1,06% a R$ 13,96 e Santander (SANB11), -0,73% a R$ 25,86.
A maior queda da sessão foi de Petz (PETZ3), com -5,60% a R$ 4,72. Pão de Açúcar (PCAR3), -5,10% a R$ 3,35 e Lojas Renner (LREN3), -4,64% a R$ 13,16 completaram o pódio das perdas.
“Assim como nos últimos dias, as maiores quedas do IBOV são de empresas em setores mais sensíveis às variações das taxas de juros futuras no país, tais como consumo, construção civil e tecnologia. Este movimento se explica pelo stress na curva de juros nos EUA, com destaque para o Treasury de 10 anos, que vem renovando patamar recorde de 2007”, completa Cardozo.
Cotações de Ações
Cotações extraídas em 26/09/2023 às 17:40
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
*Cotações extraídas em 26/09/2023 às 17:40
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