Carteiras de renda fixa
Ativos de empresas como Atacadão, Eneva e JBS entraram nas listas de recomendações de bancos em setembro
No mês em que o Banco Central deve reduzir, mais uma vez, a taxa básica de juros, investir em renda fixa continua sendo uma boa opção, segundo especialistas. É preciso, porém, cada vez mais cuidado no momento de escolher os ativos.
Carteiras recomendas de bancos e corretoras podem ser boas referências para quem quer movimentar o portfólio. Em setembro, papéis atrelados à inflação seguem dominando as recomendações.
Além da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que termina no próximo dia 20, o mercado segue preocupado com as contas públicas do Brasil. Depois que o Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2024 projetou superávit de R$ 2,8 bilhões, parte do mercado passou a desconfiar da capacidade do governo de entregar o resultado – para analistas, há muita incerteza se os valores estimados pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento são factíveis.
Em relatório, o Santander destaca que, “apesar da nova regra fiscal contribuir para a redução do risco de descontrole da trajetória da dívida pública no curto prazo, sua implementação é dependente da elevação das receitas pelo governo”.
Títulos públicos
Nas recomendações de papéis do Tesouro Direto, os títulos atrelados à inflação são maioria, mas também há espaço para prefixados e pós-fixados. Santander e XP optaram por prazos intermediários nos títulos de inflação, enquanto os outros indexadores têm vencimento mais curto.
Para o Santander, os títulos de inflação são vantajosos diante de qualquer mudança no cenário macroeconômico: “se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco, podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado dos meses. Caso a percepção de risco piore e o dólar volte a se valorizar, a proteção contra a inflação exercerá sua função”.
Nos pós-fixados, a leitura é que, mesmo com queda da Selic, a taxa segue alta e ainda vale a pena ter uma parcela da carteira remunerando conforme a taxa básica de juros. A XP projeta que a Selic encerre 2023 em 11,75%; “ou seja, os ativos pós-fixados devem continuar a se beneficiar do nível alto da taxa básica de juros”, diz relatório da casa, que indica o Tesouro Selic para gestão de caixa e reserva de emergência.
Nos prefixados, a XP recomenda o título mais curto disponível para compra para evitar um cenário “particularmente incerto para além de 2025 e 2026”.
Confira as recomendações de XP e Santander para o investimento em títulos públicos em setembro:
Ativo | Rentabilidade anual | Recomendação |
Tesouro Selic 2026 | Selic + 0,1% | XP |
Tesouro Prefixado 2026 | 10,09% | XP |
Tesouro IPCA + 2035 | IPCA + 5,42% | Santander |
Tesouro IPCA+ 2032 | IPCA + 5,30% | XP |
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Renda fixa privada
Para investidores com apetite maior por risco, os títulos emitidos por instituições financeiras e empresas de diversos setores se apresentam como opções mais rentáveis. A lista de recomendações tem debêntures, CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CDBs (Certificados de Depósito Bancário).
Nos CDBs, a XP indica dois ativos emitidos pelo C6, um prefixado que paga 12% e outro pós-fixado com remuneração de 120% do CDI. Um dos fatores que fazem a XP confiar na instituição é o aumento da participação do JP Morgan na instituição, de 40% para 46%. O movimento foi anunciado em agosto.
Nos CRIs e CRAs, a diversidade de setores chama atenção. Há recomendações de papéis emitidos por empresas de logística, varejistas e locadoras de veículos. Títulos de duas redes de atacarejo aparecem na lista de recomendações: Assaí e Atacadão. A XP destaca como pontos positivos do Assaí sua escala e capilaridade e histórico de rentabilidade, mas lista o…
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