No governo Lula III, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, recebeu atribuições que variam entre: ‘teimoso’, ‘não entende de Brasil’, ‘tinhoso’ e ‘esse cidadão’, todas vindas do próprio chefe da nação. No discurso da base governista, a alta dos juros no Brasil é culpa do indicado de Bolsonaro ao comando da entidade.
Para o deputado Evair de Melo (PP-ES), as alegações de que Campos Neto é o grande vilão da economia do Brasil não passam de uma “grande jogada para justificar a incompetência do governo e continuar transferindo culpa para a gestão Bolsonaro”.
E continuou: “O Roberto [Campos Neto] falou para mim, que o governo bate no Banco Central perante a imprensa, mas na hora de sentar para resolver a economia, nem toca no assunto dos juros”, confidenciou.
A Lei complementar que versa sobre a autonomia do BC estabelece, no artigo 5°, que o “presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão exonerados pelo Presidente da República quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos”. É por esse motivo Melo vê nos ataques recorrentes a Campos Neto uma estratégia do governo para “continuar com desculpinha.
O Brasil está sofrendo sério desgaste na política internacional, o mercado financeiro está desacreditado, o setor produtivo enfraquecido, estamos sem credibilidade. E o Lula abraçou a estratégia do quanto pior melhor, porque, mesmo sentado na cadeira de presidente, se porta como um opositor de Bolsonaro. Alguém precisa avisa-lo que o governo Bolsonaro acabou. Agora ele tem que dar resultado”.
Recente coletiva da base governista no salão verde da Câmara protestava contra o atual presidente do órgão e, justamente, atribuía os resultados da atual política econômica brasileira às indicações do ex-presidente da República a alta cúpula do BC.
No Congresso Nacional, a base lulista parece ter percebido que enfrentar, por vias protocolares, a autonomia do Banco, seria ‘mexer em um vespeiro’. Os governistas lamentam que as falas do chefe do Executivo em depreciação à autonomia do órgão anteciparam a formação de um escudo de proteção à Campos Neto e a instituição que preside.
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