Após 11 mil policiais serem destacados para entrar em Tocorón, o Centro Penitenciário de Aragua, na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro recuperou o controle da prisão. No local, que estava sob domínio da gangue Trem de Aragua, os agentes encontraram uma minicidade, que contava com zoológico, boate, piscina, campo de beisebol, cassino e até máquinas de mineração de bitcoin.
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O zoológico de Tocorón abrigava tigres, leões, crocodilos e pumas que eram usados para desafiar prisioneiros e a autoridade de funcionários do governo. Na boate da gangue, chamada “Tokio”, os prisioneiros festejavam regularmente, assim como no restaurante que servia os “moradores” da minicidade e visitantes. O local ainda contava com um campo de beisebol, uma sala onde aconteciam as atividades de jogos de azar e outra onde os presidiários extraíam criptomoedas ilegalmente.
Imagens da câmera corporal dos agentes envolvidos na operação também mostram o momento da invasão de um dos prédios do complexo penitenciário. Um túnel chegou a ser construído com passagem subterrânea para várias saídas, incluindo uma que levava a um lago onde três jangadas de madeira estavam estacionadas na margem.
“Colocamos fim às irregularidades neste espaço, detectamos alguns túneis e impedimos uma fuga em massa e controlamos todos os privados de liberdade”, disse o ministro do Interior da Venezuela, Remigio Ceballos.
Complexo penitenciário era controlado com total impunidade pela organização criminosa conhecida como ‘Trem de Aragua’
As forças de segurança capturaram dois detidos que fugiram da prisão durante a operação, apelidada pelo regime venezuelano de “Operação Libertação Cacique Guaicaipuro”.
Na quinta-feira, Ceballos confirmou que 60 membros do Trem de Aragua foram capturados e quatro funcionários penitenciários também foram presos por supostamente permitirem o contrabando de armas.
O jornal venezuelano “El Nacional” informou que entre 400 e 500 prisioneiros ainda estavam desaparecidos. A Rádio União informou que os fugitivos podem estar escondidos na região montanhosa perto de El Junquito.
“Parabenizo os mais de 11 mil membros das FANB (Forças Armadas Nacionais Bolivarianas da Venezuela) e das forças policiais pela intervenção bem-sucedida no Centro Penitenciário de Tocorón”, escreveu o presidente Nicolás Maduro no X, o antigo Twitter, momentos após o ataque. “Estamos caminhando para uma Venezuela livre de gangues criminosas!”, completou.
O governo iniciou a transferência de reclusos para outras prisões no final da tarde, enquanto as famílias se queixavam de terem sido deixadas sem informações quanto às novas localizações dos presos.
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