O Brasil deixou a posição de maior juro real do mundo, caindo para quarto lugar depois da redução da Selic. A taxa de juros reais é estimada, descontada a expectativa de inflação. O Brasil chegou a ficar por vários meses com a taxa real mais alta do mundo, enquanto o Banco Central combatia a inflação.
Com o corte da Selic, diminuindo para 12,75%, o Brasil caiu então para a quarta posição no ranking de países com a maior taxa de juros reais, descontando a expectativa de inflação. A Argentina aparece em primeiro lugar na lista com juros reais de 32,1%. Em seguida, vem a Rússia com 7,9%, e então vem o México com 7,4%, seguido depois pelo Brasil com 6,5%.
Importante entender que essa análise é feita para o grupo dos países do G20, que tem 19 países e União Europeia, que representam cerca de 85% do PIB global. O ranking também é feito usando as taxas básicas de juros dos países divulgados mais recentemente. O cálculo do Brasil considera a taxa de juros descontada pela expectativa para a inflação medida pelo IPCA para os próximos 12 meses.
Em quinto lugar, vem a Arábia Saudita com a taxa de 4,1% e na sexta posição a África do Sul com 2,9%. Estados Unidos e Reino Unido aparecem nas nona e décima posições com juros reais de 2,9% e 2,5%. Interessante porque dentre esses países, por exemplo, os Estados Unidos, até pouco tempo atrás, antes da pandemia, tinham juros reais negativos.
O Brasil foi o primeiro país na América Latina que aumentou os juros antes de Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai com uma medida acertada do Banco Central para combater a inflação. E agora o movimento está indo no sentido contrário. À medida que a inflação vem desacelerando, o Banco Central também vem reduzindo a Selic, o que faz com que mude esse posicionamento.
Agora, claro, isso também traz impactos importantes na taxa de câmbio, porque ao passo que o juro real vai caindo, a atratividade para os títulos brasileiros também cai, o que pode levar investidores para outros países que oferecem menos risco e que estão também com juro real positivo num movimento de ascensão de taxa de juros, como os Estados Unidos e a Zona do Euro.
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