BC sinaliza que não deverá intensificar a redução dos juros; alerta para a necessidade de o governo cumprir as metas fiscais
A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) disse que os cortes sequenciais de 0,5 ponto percentual da taxa básica, a Selic, nas próximas reuniões representa um “ritmo apropriado” para a desinflação do país. O BC (Banco Central) indicou que é “pouco provável” uma intensificação adicional do ritmo de ajustes. Eis a íntegra do documento (277 kB).
“Tal ritmo [de corte de 0,5 p.p.] conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, declarou.
A autoridade monetária disse que o processo desinflacionário do Brasil tende a ser mais lento e por expectativas futuras de inflação com “reancoraegm parcial”. Ou seja, o comitê avalia que é preciso manter a Selic em campo contracionista até que se consolide o processo de desinflação e ancoragem das expectativas em torno das metas de inflação.
O Copom avaliou um possível corte maior na Selic na última 4ª feira (21.set.2023), mas disse que seria necessária uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante.
CONTAS PÚBLICAS
O Banco Central disse, na ata, que o mercado financeiro tinha preocupações com o desenho final do marco fiscal e que agora há “elevação de prêmios de risco” e da inflação implícita se deve à execução das medidas de receita e despesa compatíveis com a nova regra e o atingimento das metas fiscais.
“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas”, disse.
TAXA SELIC
O BC (Banco Central) sinalizou que cortará a taxa básica de juros, a Selic, para 12,25% ao ano em novembro, na próxima reunião. O colegiado decidiu reduzir o juro base em 0,5 ponto percentual na 4ª feira (20.set.2023), para 12,75%. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 129 kB).
O próximo encontro será em 31 de outubro e 1º de novembro. A autoridade monetária indicou um corte de “igual magnitude”. A decisão foi unânime.
“Os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse o comunicado. Eis a íntegra do documento (PDF – 129 kB).
A redução da Selic era esperada pelo mercado. Esse foi o 2º corte seguido, também o 2º com a mesma intensidade de 0,5 ponto percentual. O mercado financeiro aposta que a taxa básica termine o ano em 11,75% ao ano, o que significa uma redução de 1 ponto percentual. O colegiado terá mais duas reuniões em 2023.
A precificação da taxa básica é uma ferramenta de política monetária utilizada pelo BC para controlar o poder de compra da população. Responsável por medir a inflação oficial do país, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 4,61% no acumulado de 12 meses até agosto.
O COMUNICADO
O Copom disse que a decisão desta 4ª feira (20.set.2023) é compatível com a estratégia de levar a inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui 2024 e, em grau menor, 2025.
O colegiado disse que o ambiente externo está incerto, com a continuidade do processo de desinflação nos países, mas com os núcleos inflacionários –que exclui os efeitos temporários– ainda “elevados”.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas. O Comitê notou a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China, ambos exigindo maior atenção por parte de países emergentes”, declarou.
Sobre o Brasil, o Banco Central disse que há uma maior resiliência da atividade econômica do país do que anteriormente esperado. Apesar disso, o Copom ainda aposta em um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres.
O BC avalia que as medidas de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda estão acima…
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