Quando foi fundada em 2017 pelo Jornal O POVO e pela EloGroup, a Casa Azul Ventures, primeira aceleradora do Ceará, estava muito certa sobre seu real papel: ser um agente de transformação social por meio de negócios que transformem a sociedade. Ela apoia a maturação e transformação de novas startups, com acompanhamento, aporte financeiro, mentorias, networking e conexões estratégicas.
Segundo o cofundador da Casa Azul, André Filipe Dummar, que também é diretor de estratégia digital no Grupo de Comunicação O POVO, a ideia de criar a aceleradora surgiu em 2013, quando esteve no Vale do Silício. Ao conhecer diversos negócios de base tecnológica transformando a sociedade americana pensou: “Por que não trazer isso para a realidade do Nordeste?”. E assim o fez.
Em seis anos de operação, a Casa Azul Ventures acelerou 82 startups de todos os Estados do Nordeste, região que concentra, em sua maioria, adtechs, fintechs e retailtechs, ainda de acordo com André. Mais de 60% das startups aceleradas pela Casa trabalham com soluções SaaS para o B2B e, até o ano passado, a aceleradora teve uma taxa de 17% de conversão do portfólio, ou seja, de startups aceleradas que receberam algum tipo de investimento.
Alguns exemplos dessa leva de sucesso são a Mercadapp, adquirida em 2020 pela Linx por R$ 10,5 milhões; a Suri, antiga Chatbot Maker, especializada em IA conversacional e que já levantou R$ 4 milhões com a KPTL; a retailtech Susclo; a Urbis, que cria clubes de vantagens personalizados para empresas; e muitas outras.
“Atuamos com uma perspectiva de rede. A capacidade de coligar iniciativas transcende uma necessidade circunstancial específica. Com o nosso propósito de fazer a região crescer, somos céticos da perspectiva da escala pela escala. Buscamos startups que tenham consciência de seu papel transformador”, enfatiza André, em entrevista ao Startups para a série Além da Faria Lima.
Para 2024, a Casa Azul Ventures quer chegar a 150 startups aceleradas. Também está nos planos a expansão da atuação da aceleradora para a região Norte, especificamente no Amazonas e Pará. André não descarta uma possibilidade futura de instalar uma filial por lá.
Aceleração com o Banco do Nordeste
O mais recente movimento feito pela Casa Azul em prol do ecossistema foi o lançamento, em maio, do Programa Delta-V, em parceria com o Banco do Nordeste (BNB). O programa de aceleração contemplado pelo edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci) selecionou 60 startups – 30 em fase de ideação e 30 em tração.
No final, um total de R$ 300 mil será distribuído a seis finalistas (três de cada módulo). Os critérios de seleção das startups vencedoras são engajamento nas atividades do programa, evolução de indicadores de desempenho durante o período de aceleração e nota dada por uma banca de avaliação aos pitches apresentados pelas startups durante o Demoday.
Segundo André, também está prevista a realização de um sólido programa de formação com cursos voltados à gestão e à área técnica, conforme o grau de maturidade da startup. As selecionadas também terão acesso a seis masterclasses e encontros remotos com grandes nomes do ecossistema de inovação do Brasil, além de eventos de conexão, como Demoday e BootCamp.
Com inscrições prorrogadas até 24 de março de 2024, podem participar da seleção startups sediadas nos estados da Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), e em cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo onde o BNB tem atuação (veja lista de cidades no site oficial do programa). As empresas também precisam ter CNPJ constituído há pelo menos seis meses da data de publicação do edital de seleção.
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