Gustavo Araújo é o CEO do Banco Mercantil | Foto: Nunna Audiovisual/divulgação
A temporada Minas S/A Liderança tem hoje o quinto episódio, com Gustavo Araújo, 34, CEO do Banco Mercantil, e segue até novembro nas plataformas de O TEMPO. Gustavo tem liderado investimentos anuais de R$ 150 milhões em tecnologia no banco com público 50+ e que completou 80 anos.
Como foi a sua trajetória no mercado? Você fez engenharia elétrica, trabalhou em outra empresa fora da empresa familiar, que é o Banco Mercantil.
Eu fiz engenharia elétrica na UFMG, depois passei no concurso público e fui trabalhar na Petrobras, no projeto do pré-sal da primeira plataforma própria do Brasil. Depois fui convidado pelo meu pai, Luiz Henrique, para vir aqui, para Belo Horizonte, para o Banco Mercantil, que aceitei, e mudei de carreira da engenharia para o mundo das finanças.
A família está com o Banco Mercantil há 80 anos. É um banco mineiro, que mantém a sua sede em Minas Gerais. Para onde você quer levar o Banco Mercantil? O que você já idealizou num plano plurianual?
A gente quer dar passos cada vez mais consistentes e rápidos no sentido de ser o melhor ecossistema financeiro para o público 50+ (com mais de 50 anos). Mas a gente vem se estruturando para isso. A gente tem vários motivos que nos levam a crer que esse é um caminho correto para o Banco Mercantil. Nós temos vantagens competitivas importantes para que consigamos fazer uma relação ganha-ganha cliente-negócio, cliente-banco e nos diferenciar da concorrência e seguir expandindo nesse que é o nosso grande propósito. Nós esperamos gerar impacto positivo na vida dos clientes, dos nossos funcionários, que possam crescer, colaboradores, dos acionistas, ou seja, realmente todos os stakeholders que estão nessa jornada conosco e que tem sido bem desafiadora.
Esse público 50+ teve um crescimento extraordinário ao longo desses últimos três a quatro anos que você tem acompanhado. Ele cresce principalmente pelo pagamento de benefícios do INSS, já que o Banco Mercantil é um dos cinco maiores pagadores do benefício do INSS do país ou por novos entrantes que vêm do mercado? Como tem sido essa abordagem do banco?
O Mercantil sempre teve esse DNA de atender o INSS, então, ainda quando o banco era um banco mais focado em pessoa jurídica, o Mercantil já foi dos primeiros pagadores do INSS. A gente já tinha uma carteira de consignado, já pagava benefício do INSS há muitos anos, e nós temos vantagens comparativas, inclusive de cunho regulatório. O banco tem uma estratégia de ter clientes por meio de leilões da folha do INSS, o qual envia novos clientes para o banco todos os meses.
O Banco Mercantil já participa desse leilão há quanto tempo?
Desde o primeiro leilão, em 2009. Então é um leilão que quem vence os lotes tem o direito de ser o primeiro banco a pagar aquele benefício para aquele aposentado, e a nossa missão é encantar aquele cliente porque, depois do primeiro pagamento, ele pode escolher qualquer outro concorrente.
O cliente pode fazer a portabilidade, não é?
A gente tenta montar toda uma jornada para que ele já entre conhecendo o banco, se encante pelo banco e fique com o banco como seu principal banco para fazer negócio, para crescer a base, para crescer negócio. Mas isso não era suficiente. O que a gente fez foi entender que essa proposta de valor está tão legal – e essa proposta é lastreada nas 300 lojas que o banco tem em 200 municípios – que a gente consegue levar essas mesmas características para todos os municípios da federação por meio do digital.
E claro que o público 50+ não é só o consignado, não é?
Vou dar só um exemplo: a gente pensar o 50+ é o aposentado, é o cliente do consignado? Não. O público 50+ tem microempresários, empresários, tomadores de crédito que vão ser o consignado, tem aplicadores – o Mercantil tem R$ 3 bilhões, quase R$ 4 bilhões de aplicações de pessoas com mais de 50 anos, muitos do INSS –, então o funding do banco também vem desse público.
É um público variado.
E ele é muito diverso. Isso é interessante, entender os 50+ na sua diversidade. Eles são 33% do Brasil. A economia prateada já movimenta no Brasil R$ 2 trilhões por ano, e é entender essa riqueza que o Mercantil consegue através de dados. Então também é uma cultura muito forte, muito investimento em tecnologia de dados para entender esses clusters: o 50+…
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