Há sete anos, chegava a Minas Gerais um movimento que revolucionaria o mercado de chocolates. Por motivos diversos, três marcas bean to bar surgiam simultaneamente por aqui. Ao pé da letra, o conceito significa controlar todo o processo de fabricação, do grão de cacau à barra de chocolate, passando pela torra e mistura de ingredientes. Para o consumidor, o ganho está em comer um chocolate puro, sem aditivos químicos, que realça as características naturais do fruto do cacaueiro.
“Em 2016, meu marido foi estudar chocolate. Na época, já havia começado o movimento bean to bar nos Estados Unidos, mas no Brasil ainda era muito pequeno e escondido. Ele importou livros e o moinho e até o Gael aprovar foi um ano”, ela conta.
Quando se assumiu chocolate maker, Tânia entendeu que era a hora de ampliar as fronteiras e inscreveu a Odle em premiações internacionais. Já de primeira, no ano passado, ganhou ouro no concurso da Academy of Chocolat, em Londres, com o chocolate 45% cacau maltado (com extrato de malte de cerveja).
“Ao leite todo mundo faz, então tive a ideia de colocar malte. Gosto muito de testar vários sabores e fórmulas”, destaca a fundadora da marca, que já soma 57 variedades.
“Desafiamos as leis da engenharia de alimentos, porque água e cacau não se misturam. Colocamos nibs de cacau em infusão na cachaça. O segredo está no tempo de infusão e como revolvemos os nibs nesse tempo”, aponta. O álcool evapora e o que permanece no tablete é o sabor amadeirado.
Leia mais: Joias de comer: pratos são enfeitados com folhas de ouro
Tânia e Evandro trabalham com fornecedores de cacau do Pará e da Bahia. “Falamos que os produtores são os protagonistas. Se eles não cuidarem do cacau, não vamos ter um bom chocolate. Como não usamos aditivos, o terroir é muito importante”, ela aponta, acrescentando que as embalagens da linha 70% exibem o nome e a localização dos produtores.
Na sequência, os nibs são separados das cascas e viram uma massa de cacau, que vão para os moinhos de pedra. Tânia diz que ali onde acontece toda a alquimia para a transformação em chocolate (com a adição de outros ingredientes).
O que a Odle quer é entregar uma experiência que mexe com todos os sentidos. Acompanhando o processo do início ao fim, eles garantem que o chocolate seja verdadeiramente puro. “É um processo contínuo de educação para que as pessoas entendam o valor do que você está oferecendo. Ainda não dá para viver de chocolate, mas continuamos a…
Read More: Bean to bar: cinco marcas mineiras que transformam cacau em chocolate – Degusta